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Mostrando postagens de julho, 2010

DEBATE ELEITORAL

É ano par, ano eleitoral. Então vai ter debate. E o debate serve para a discussão de ideias, para o confronto dos programas, para elucidação das ideologias, para o eleitorado conhecer os candidatos. Obviamente, o debate político ganhou espaço na conjuntura brasileira a partir do processo de redemocratização. O povo tem, através dos veículos da mídia, a oportunidade de embasar e consolidar o voto. Tudo isso na teoria é muito bonito, mas na prática existem muitas discrepâncias. Acho que pouquíssimas pessoas decidem os seus votos pelos debates. E as que fazem isso, não o fazem pela boa performance política, mas pelos trejeitos de populista e comunicador dos candidatos. Já houve debates memoráveis na história do Brasil. Lula, atual presidente da nação, foi protagonista de muitos deles. Enfrentou Collor, Brizola, Fernando Henrique, José Serra, Alckmin e Cia. Algumas dessas discussões foram profícuas para o povo brasileiro, mas acredito que a maioria deixou a desejar. Lembro a campanha presi

Sobre confiar

Por que os seres humanos não são confiáveis? “Porque o ser humano é falho”, seria uma resposta plausível. Na bíblia, no livro do profeta Jeremias, há um versículo que diz: “Maldito o homem que confia no homem”. Não podemos confiar em ninguém; seria mesmo essa a conclusão mais lógica? O homem pode enganar, trair, dissimular, falsificar, engodar e mudar a qualquer momento. Ou seja, não há santos por aqui! Nem o mais coerente e mais correto está livre de cometer bobagens. Essa é a essência humana. Por quem você colocaria a mão no fogo? Essa é uma pergunta retórica, acredito eu. Tentei imaginar uma lista de pessoas, mas só lembrei alguns nomes e mesmo assim, acho que ainda tenho ressalvas. A confiança, de modo geral, é estabelecida pelos laços afetivos. Normalmente, confiamos mais em nossos pais, cônjuges, amigos, parentes e em líderes espirituais. Ao longo da jornada, descobrimos que nossos pais não são perfeitos. Consequentemente, entendemos que aquela pessoa tão amável e querida (esposo

Por uma sociedade ecologicamente consciente...

Não sou um ambientalista inveterado, mas tenho consciência que o homem está progressivamente destruindo a natureza. Logo que o acidente da British Petroleum (BP) ocorreu, pensei em fazer um texto crítico sobre o ocorrido. A BP é uma empresa multinacional, sediada no Reino Unido, que atua na exploração petrolífera. No dia 23 de maio de 2010, a BP, por intermédio do seu diretor de gestão, reconheceu o vazamento de petróleo causado pelo afundamento de uma plataforma petrolífera operada pela companhia no Golfo do México, após uma explosão que vitimou 11 trabalhadores. A catástrofe ambiental foi amplamente divulgada no mundo. Esse tipo de acidente não é novidade no processo de extração de petróleo, mas nesse caso particular, os números foram exorbitantes. Cerca de 95 mil barris diários de petróleo estavam sendo despejados no mar. Foram inúmeras as tentativas de conter o vazamento, mas dois meses após o ocorrido, a BP apenas conseguiu reduzir o volume de petróleo lançado no mar. A área da ma

O pior filme do mundo

Se alguma capa de DVD lhe oferecer, com exatidão nas palavras, “uma história sobre a perda da inocência e a descoberta da realidade”, não hesite. Aceite logo o convite, leitor (a): você embarcará “numa experiência cinematográfica inesquecível” - esta última frase entre aspas, fincada no verso da capa, é de Pete Hammond, do site “Hollywood.com”, para quem “O menino do pijama listrado” é também “um filme poderoso, tocante, sem palavras”. É impossível não se emocionar com a história de Bruno, personagem levado ao cinema pela adaptação do romance best-seller de John Boyne. O livro homônimo de Boyne, que vendeu milhões de cópias em todo o mundo, foi lançado em outubro de 2007. O filme chegou aos cinemas um ano depois e pode ser compreendido como uma despretensiosa e contundente crítica ao Holocausto. A película tenciona ir além: embora seja ambientada num dos momentos mais trágicos da história da humanidade, ela consegue sutilmente fazer sobreporem-se à história central os pequenos conflito

CAPÍTULO III

“Gosto-te tanto que, se um dia eu te perder na dor do desencanto, silenciarei meu canto e não saberei mais viver”, era o que dizia, durante a madrugada, a primeira mensagem de texto que Ana Júlia recebeu em seu primeiro telefone celular. A menina não precisou correr ao encontro do aparelho: ele vibrara uma única vez sobre a cama, ao seu lado, despertando-a de prontidão. Ana, surpresa, suspirou, e não fez cerimônia para ler o pequeno conteúdo. Aquele era sem dúvidas o seu melhor presente de aniversário, mas ela não imaginava que o seu melhor brinquedo tão logo pudesse sinalizar ao seu coração com tamanha voracidade. Horas mais cedo, o aparelho fora a grande atração para Júlia e para as suas amigas da escola. A maioria das meninas já dispunha de telefones móveis. E eram apenas Júlia e Silvia, a sua melhor amiga, as que ainda não possuíam um. Silvinha ficou sozinha nesse time: ontem fora a vez de Júlia estrear o seu. Agora Júlia poderia entender melhor as fofocas iniciadas nas noites que

O esplendor do amanhecer

Não consegui dormir. E é embalado pela insônia que o meu corpo, ainda cambaleante, se assenta na cadeira frente ao computador para escrever. O sono não chegou a tempo para me fazer repousar, embora eu não goste muito dele quando se finda a noite. A verdade é que a madrugada sempre me atraiu, fazendo com que eu tenha bons pensamentos, reflexões e bons momentos de felicidade, simplesmente por sentir a luminosidade e o calor do novo dia invadindo a casa. Sempre quis falar sobre o amanhecer do dia. Acho fantástico o clarear das luzes, que sutilmente dá vida ao mundo sombrio e deserto, que se percebe na escuridão da madrugada. Madrugada que vive do silêncio, das coisas inanimadas. Nesse período inerte, os corpos descansam, as mentes se esvaziam e tudo se torna perfeito. Perfeição que ao abrir a porta se manifesta no mais belo e mais preciso silêncio do dia. Silêncio, quão bom ele é. Difícil é lembrar a última vez em que estivemos acompanhados dele. Num mundo tão barulhento e contaminad

NO MUNDO DA NOTÍCIA

Nos últimos dias não tive tempo para escrever. E olha que não faltou assunto. É manchete atrás de manchete e a nossa mídia não tem do que reclamar. Todo mundo já está tão saturado do caso 'Eliza Samúdio e Goleiro Bruno' quanto está assustado com tudo isso. A violência segue sua escala descomunal no país. Infelizmente, mais uma vez, o nosso Judiciário é culpado. Eliza denuciou Bruno por agressão física, pediu proteção, mas uma juíza responsável por aplicar a Lei Maria da Penha não atendeu o pedido. No fim das contas, mais uma vida ceifada e mais um grande escândalo nacional, que já tem repercussão internacional. E o Poder tido como mais ético - o Judiciário - continua com suas mancadas. O STF conseguiu, através de Gilmar Mendes e Toffoli, destruir o enorme projeto do Ficha Limpa. O Supremo liberou políticos reconhecidamente corruptos e já condenados por colegiados para se candidatarem. O Deputado Chico Alencar, do Psol, diz constantemente que a Ficha Limpa vai ser feita através

CAPÍTULO II

No começo do Intitulável, tive a ideia de escrever um livro conjuntamente. O primeiro capítulo saiu fácil. Eu publiquei-o aqui. Rafael, que ficou responsável pela tarefa de prosseguir com a história, abdicou do nosso projeto. Quis continuar, mas desanimei. Faltou inspiração. O meu plano caiu no esquecimento e mais um protótipo de livro se perdeu no espaço virtual. Relendo textos do blog, encontrei o "CAPÍTULO I". E, subitamente, o capítulo II me veio à mente. Ia colocar o link do primeiro capítulo, mas resolvi transcrevê-lo abaixo. Aos amantes da literatura infanto-juvenil: BOA LEITURA! Capítulo I Um novo dia. Uma nova vida. O mundo ganhava nova conotação para Júlia, quando de dentro dela brotou o inebriante vermelho fugaz. Fugindo a regra do mundo contemporâneo, ela não era precoce. A puberdade a tornou mulher aos 15 anos. Bem verdade, que nessa altura da vida, muitas garotas-mulheres já são mães. Ana Júlia era especial. A sua precocidade não estava na liberação dos óvulos,