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Mostrando postagens de dezembro, 2008

A justiça brasileira e as nossas férias coletivas

Custei a acreditar no que vi. No primeiro dos últimos textos do ano quero, a princípio, destacar a impunidade e a parcialidade da justiça brasileira, gritantemente expostas na semana passada: a negação ao direito de ir e vir (na reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, o território de 1,7 milhão de hectares será de exclusividade de 19 mil índios da região, em detrimento de toda a população nacional, sob a pseudo-retórica de quitação para uma dívida histórica) e a eterna sensação de impunidade (alimentada pela irrisória pena de um ano de prestação de serviços comunitários para o cabo da PM William de Palma, acusado de matar, a tiros, o menino João Roberto Amorim Soares, na zona Norte do Rio de Janeiro, em 6 de julho desta ano) dão mostras de que a afronta à cidadania será a bandeira intransponível da imortal (in)justiça brasileira. Excetuando-se a indignação exposta acima, este texto terá daqui para baixo, um caráter emergencial: ainda que sem as nossas mútuas permissões, nós, membros d

AMOR DE ADOLESCENTE - A ORIGEM DE TUDO

Ana Clara descobriu que o mundo mudava para ela, quando sentiu o seu corpo infantil se transformar. Quase que instantaneamente, surgiram os mamilos, os pêlos, as curvas, as saliências e o sangue. Sim, o jorrar do sangue da sua menarca. Foi marco inicial da sua adolescência. Não se interessava mais tanto em pular elástico, brincar de casinha ou aprontar com suas priminhas. Ela era uma mulher, aos doze anos. As amizades mudaram. Aos poucos, Clarinha, como era conhecida, começou a andar com as garotas mais desenvolvidas. Era um pouco tímida, mas descobriu um universo maravilhoso. Achou o máximo ser olhada de alto a baixo pelos garotos, quer dizer pelos homens. Seus amigos de treze e quatorze anos foram sendo colocados de escanteio por ela. Clarinha queria se aproximar de garotos mais velhos, que pudessem compreendê-la. Ela queria ser bem vista, queria receber cartinhas, queria ser amada por alguém. As suas novas colegas eram mais experientes. Uma delas já namorava sério um cara a três mes

O NOME NA LISTA

Esta é a marca da vitória que todos anseiam no mundo capitalista. É inenarrável a euforia de ver o seu nome na lista de aprovados. São dias, meses, às vezes, anos, de luta constante. Estudo, abdicações, persistência. Para enfim obter êxito. Sentir um alívio por ter alcançado um tão sonhado objetivo. O capitalismo selvagem desviou as atenções para o mercado privado e o Estado tem ficado, constantemente, de mãos atadas. Na verdade, há uma enorme confluência de interesses daqueles que nos representam na máquina pública e daqueles que apóiam o liberalismo econômico. Em face deste conluio descabido, surgem as enormes competições pelas migalhas ofertadas pelo Estado. Dentre os bocadinhos dados gratuitamente pelo governo, destacam-se a universidade pública, “gratuita e de qualidade”, e o emprego público, “estável e bem remunerado”. O grande problema é a forma de acesso a tais benesses da Administração Pública. O famigerado VESTIBULAR e o tão desejado CONCURSO PÚBLICO têm fomentado uma indústr

Último domingo de diversão

Proponho uma pequena pausa na preocupação dos leitores a respeito dos problemas do nosso país, para tratarmos de um assunto que tem tirado o fôlego da maioria dos brasileiros: o futebol. O que seria do nosso domingo sem o futebol? Qual seria a graça? O que seria do brasileiro sem esse esporte? Eu, particularmente, não sei responder. Verdade é que os nossos domingos divertidos e emocionantes estão se acabando. Não haverá mais aquela torcida, nem aquela contagem de pontos, muito menos os freqüentes xingamentos aos nossos craques. Eu falo, mais especificamente, do campeonato brasileiro, que teve agora neste último domingo a sua penúltima rodada. O campeão ainda não está definido, nem todos os rebaixados. A torcida são-paulina continua eufórica, pois o título está muito próximo do Morumbi, porém, os Gremistas não desistem e ainda sonham com esse título. Esse campeonato brasileiro marcou a volta de um time grande, o Vitória. Adorado pelos blogueiros do INTITULÁVEL, o time de Salvador voltou