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Mostrando postagens de agosto, 2008

Higas, Cielos e Scheidts: um país tupiniquim em decadência

Bem que queria começar falando da excelente olímpiada realizada pela atleta Maurren Higa Maggi, mas o pífio resultado brasileiro nestes jogos é mais estrondante. Enquanto todos evoluem, continuamos nos contentando com migadalhas. Calma! Eu não estou falando em países de primeiro mundo como o dos yankees, ou extremamente emergentes como o dos chineses. É notório que países como Jamaica, Quênia, Etiópia e Bielorrússia ficaram em nossa frente. Tudo bem que os jamaicanos são feras no atletismo e que parece que nascem com o dom da velocidade inerentes. Mas qual é mesmo o dom inerente ao brasileiro? Lembrei de quando era criança, quando tudo para mim se tornava bola de futebol...ops... revelei que somos o país do futebol. Será mesmo? Tivemos que aturar Dunga, um excelente jogador do passado e péssimo técnico do presente, destruir a nossa reputação futebolística. Tá bom que Parreira era horrível, mas vez ou outra ele acertava, ou pelo menos dava sorte. Esqueçamos o desastre masculino e fale

Da filantropia à pilantropia por um motivo de força maior

Era para ser um diálogo típico da high society. Mas o que vi naquela tarde de uma data qualquer foi, na verdade, uma conversa informal com um quê de formalidade que me aproximava e me mantinha atento a tudo o que era dito ali. Bom, tudo aconteceu por volta das treze horas. Como de costume, a temperatura da minha cidade natal estava nas alturas – mesmo em pleno inverno – e o calor era inevitável. A intensa movimentação e a celeuma eram comuns em todos os dias naquele badalado shopping center. Encontrar um lugar para sentar-me foi, por dois minutos, meu maior desafio. Até que, ao olhar com mais precisão, percebi que havia dois lugares – cada cadeira em uma mesa – e que ali se encontrava um aparente casal. Aproximei-me e, educadamente, perguntei se aqueles lugares estavam vagos – desejava o outro lugar para o meu pai, que estava ainda na fila do restaurante a esperar o rango -, responderam-me que sim e isso foi o suficiente para sentar-me – agora com todo o cuidado e cerimônia. Ambos apar

Um brinde ao "lulismo" com a "VEJA"

Ela se contorcia, rangia os dentes e quase chorava de raiva. Teria que se reproduzir em milhares no dia seguinte e ainda oferecer um produto que não é do seu feitio. Foi com toda essa dor e amargura que, há duas semanas, a revista VEJA admitiu para o Brasil e para o mundo que nunca antes na história deste país a classe média representou 51,9% do total da população. A classe, agora em ascensão, já sonha com carro e casa própria, deixando para trás o velho estigma do “não poder”. O folhetim semanal de cunho fascista da riquíssima editora abril, que outrora trazia declarações do tipo: “o bolsa-família não passa de um programa assistencialista”, viu-se obrigada, de repente, a declarar que pesquisas do IPEA e da FGV demonstraram um decrescimento de 10% na proporção de pobres e miseráveis do país – o índice, que era de 35%, caiu para 25% nas seis principais regiões metropolitanas. A expansão do crédito, aliada ao aquecimento do mercado interno e ao recorde nacional de

Falando de política...

A democracia proporcionou aos indivíduos - independente de sua cor, sexo ou condição social - a oportunidade de eleger os seus representantes. Pelo menos, a retórica é essa. A práxis pode ser vista a cada dois anos no Brasil. Infelizmente, os cidadãos não tem percebido a força que têm em suas mãos em anos de pleito. De maneira análoga, Fabiano de Graciliano Ramos baixa a fronte no momento em que tem a faca e a chance de vingar-se do famigerado soldado amarelo. Qualquer especialista do assunto sabe que é a nossa cultura política é irrisória. Somos uma nação que não gosta de ler, não gosta de votar - só faz por obrigação - e gosta muito de criticar os políticos. Bem verdade que temos os representantes políticos mais corruptos e sacripantas do planeta. Mas... quem os colocou lá? Só para exemplificar o quanto somos ignóbeis, vou falar um pouco sobre o voto na legenda e o coeficiente eleitoral. São tantos os incautos que acreditam votar no candidato. Ledo engano! Eles não imaginam que estão

A outra onda

Sem querer contribuir com o momento do “auge cultural” no Brasil, devo agora comunicar que arrumei o meu quadrado. Manda a letra da música “mais querida” nacional que cada um, no seu respectivo quadrado, deve respeitar aos limites que o quadrilátero impõe e dançar conforme exige o ritmo. Há apenas uma ressalva: o meu jeito esquisito ou descomunal de dançar é único e me torna diferente, o que me confere a possibilidade de fazer as escolhas que me são mais convenientes. O que proponho, na verdade, é remar contra essa onda que, de tão unidirecional, ofusca a criatividade intrínseca e peculiar em cada cidadão deste país e nos remete ao “mesmismo” que caracteriza a cada estação do ano. Apesar de saber nadar, posso morrer afogado, pois são quatro estações, todos os anos! Deixemos que se passe o “horário nobre”, que seja eleita a “favorita” do povo e façamos o máximo esforço para escutarmos os – ainda vivos – ecos daquela semana de arte moderna há longínquos oitenta e seis anos atrás. Viva a

Do Título

Assim como o saudoso Machado fez no seu Dom Casmurro, eu preciso explicar o título. Não se trata de alcunha ou algo parecido. Apenas não consegui titular este blog. Existem coisas intituláveis. Livros que devereiam ter apenas os nomes dos autores nas capas. Não que fossem ruins, pelo contrário. Quando se é amplo, titular se torna restritivo. E nesse caso, restringir é errar. Esses argumentos obscuros podem não elucidar; apenas gerar dúvida e confusão mental. Mas a coisa simples: o que não se pode nomear é inominável e o que não se pode titular é intitulável. Nós estamos aqui navegando no intitulável, um mundo de literatura, filosofia, política, religião, esporte e, acima de tudo, VIDA.

O começo

Tudo na vida precisa de um começo. Como disse a inolvidável Clarice Lispector: Tudo na vida começa com um sim. Eu disse sim ao blog e aqui estou eu. Não exposto! Acho que a possibilidade de ser lido pelo mundo inteiro me constrange. Talvez isso passe. Acho que esse blog vai servir para espantar a raiva, instigar o amor e a amizade, algumas vezes, a própria sagacidade. Tudo é necessário! Bem vindos ao mundo das palavras, neste mundo virtual!