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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Carta ao meu amigo imortal

Recordar-me de quando lhe vi pela primeira vez, meu grande amigo imortal, me exigiria um desmedido esforço da memória. Eu não saberia lhe precisar a data ou a tarde de verão que marcou o nosso primeiro encontro, mas, acredite, gostei de você logo no primeiro momento. E, mesmo saindo ferido e sofrendo conjuntamente com as intempéries em sua vida, permaneço leal a você. Fomos apresentados, sem cerimônias, pelo meu pai. Ele me levou à sua casa e me pôs à sua frente. Você estava com 96 anos. Na ocasião, como há muito tempo já lhe é habitual, você emprestava a sua majestade a um grupo composto por nativos e por legionários. O grupo utilizava um uniforme que fazia alusão direta a você. A sua existência, até então, era para mim algo magnanimamente incompreensível. Impalpável. Intangível. Aqueles que já o conheciam e que também o admiravam, antes mesmo da nossa primeira apresentação, precipitavam os olhares e os gestos, na expectativa da sua chegada. Eles levantaram. Começaram a aplaudi-lo. A