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Mostrando postagens de novembro, 2013

Tributo ao escritor

Rafael França Num impulso, um sujeito driblou um aglomerado de senhoras que tietavam o escritor e disse, com a voz embargada: - O senhor é o maior baiano vivo. O senhor nem imagina a importância que tem para a Bahia. A Bahia te adora mais do que o senhor imagina. Tive vontade de fazer coro para com a sua exortação, mas me calei e observei o mestre lhe sorrir ligeiro, recusar amistosamente os elogios e, como quem se revelasse intimamente tocado pelos comentários, refutar dizendo que, por incrível que pareça, é menos reconhecido em Salvador do que noutras paragens internacionais. Em mais uma tentativa de fazer algum bem ao ego do itaparicano, o cidadão ainda balbuciou alguma coisa, mas cambaleou e, rechaçado pela sua própria emoção, se viu estranhamente a caminhar para trás, devotando ainda a João Ubaldo somente alguns gestos indecifráveis com as duas mãos se movendo pelo ar, quase os mesmos que, minutos mais tarde, eu também não saberia como evitar. Passei um longo perío

Ganhe a América, mas não me faça chorar

Ainda não percebo variarem os matizes do vermelho e do preto que o revestem, então não vá pensando que anda dotado de maior grandeza somente porque anda aprontando poucas e boas pelos campos do Brasil. Pouco me importa se têm falado de você e muito menos ainda o que têm falado. Reconheça-te a ti mesmo, portanto. Saiba se colocar no seu lugar. Aja como homem, antes de tudo. Não aceite os elogios de ocasião, pois nunca antes haviam lhe enxergado a importância. A sua grandeza, isto eu já o havia dito antes, é a grandeza que habita o meu coração. Somente no meu coração e no meu pensamento você seria capaz de ultrapassar o Goiás, o Botafogo, o Grêmio, o Atlético-PR e, ainda que seja matematicamente impossível, até mesmo o Cruzeiro, pois sou eu que sempre vi em você valentia e não houve e nem haverá pra mim agremiação no mundo que possa nos amedontrar. Mas agora vejo que quer me desafiar. Quer desafiar a minha ficção. Quer, finalmente, pôr em prática tudo o que eu bradava para outrém a seu