Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2008

De volta ao lar após vinte dias de viagens pelo mundo

"Estou em cima da terra e debaixo do céu; qualquer lugar pra mim ‘tá’ bom" - disse, certa vez, um cantor brasileiro muito famoso e cheio de filosofias baratas (daquelas compradas e vendidas em qualquer esquina mais próxima de casa). Mas não pude deixar de notar que dentro desta humilde frase reside uma permissão a todos os homens para localizarem - por mais difícil que possa parecer - aos seus semelhantes, em qualquer que seja o espaço físico do planeta. A mesma condição me dominou durante estas duas semanas - com exceção do clima de "deixa a vida me levar" presente na citação do referido cantor -, enquanto estive ausente do universo “blogueano”: estive, assim como ele, entre a terra e o céu; entretanto, encontrar-se com o meu consciente seria uma frustração para os que tentassem se aproximar. Estava em outra dimensão; vivi uma espécie paradoxal de coma: ele era simultaneamente emocional e intelectual - apenas o meu corpo tinha vida e, dinamicamente, se locomovia po

AMOR DE ADOLESCENTE

Tudo tinha sido muito rápido e muito explosivo. Era uma tarde fagueira comum. A volta do colégio sempre foi um episódio comum. Mas aquele dia foi especial. Há tempos que Caio sentia uma enorme necessidade de se aproximar das garotas. Sim, ele precisava namorar. Dar o seu primeiro beijo. Afinal, todos os seus colegas já tinham experimentado da inusitada experiência. O melhor amigo dele havia combinado tudo. O esquema era infalível. Tudo estava acertado para que o ósculo tão sonhado por Caio fosse com Clarinha, a loirinha mais bela da sala. Caio suspirava de emoção. Um nervosismo danado. Ela iria sair do colégio com duas amigas. Seguiriam um trajeto diferente do rotineiro. Caio e seu amigo iriam segui-las de longe. Cada segundo era estrondante. Ele ansiava por aquele momento. Mas também o temia. E se ele fizesse algo errado? Provavelmente, seria a chacota da semana. Então ele ficava angustiado e preocupado. Não podia ter medo. Sou um homem – dizia ele internamente. Já tinha vi

COMEÇAR DE NOVO

Um novo dia! Uma nova manhã! Os raios solares da inebriante aurora invadiam as janelas translúcidas do meu quarto. O aviso estava dado. A rotina iria se iniciar mais uma vez. O cotidiano me aprisionava. A luz ofuscava minha visão e atrapalhava o fim do meu sono benfazejo. Não podia mais protelar o meu despertar. O dever me chamava. Ainda relutante, levantei. Não havia remédio. Nem sempre há escolhas. A tão ousada e sonhada liberdade, pregada pelos revolucionários franceses, não existe. E refletindo bem, é melhor que seja assim. Detive-me nos detalhes de minhas ações matutinas. Não havia nada de diferente. Entretanto, aprendi bastante com as miudezas tão conhecidas minhas. O inócuo me pareceu tão interessante. O repetido e enfadonho trabalho me proporcionou bem-estar. Tudo me era estranho, apesar de tudo ser-me tão intrínseco. Estava fascinado com o comum. Vi o belo sorriso dos que me circundavam. Me senti amado. Encontrei quem fizesse o bem, sem olhar a quem. De repente, senti algo q

Barack "Amin" Obama: o último rei da América?

A esperança por um mundo melhor foi renovada após ter sido encerrada a contagem de votos das urnas americanas, nesta última quarta-feira. O mundo agora já faz contagem regressiva para assistir à saída - sem a menor deploração - do reprovado e prepotente George W. Bush do trono de Washington no ano que vem e já se prepara para receber, de braços abertos, o mais novo fenômeno (fenômeno?) da política global: Barack Obama - eleito com mais de 52% dos votos e o primeiro negro a se tornar presidente na terra do tio Sam (corram, chamem o "guiness book"). Mas não deixemos de notar nas estrelas o que já é saliente e que nelas está escrito: o fato de a mão responsável pela assinatura mais importante do mundo (a partir de janeiro de 2009) ser negra, não significa, ainda, que testemunharemos uma extraordinária mudança mundana. Pode ser apenas mais uma mania de perseguição, mas qualquer futura semelhança detectada entre o recém eleito presidente dos EUA e o inexorável e memorá

A OUTRA FACE DO MAL

Para mim, tudo o que remete aos Estados Unidos da América cheira mal. Sei que sou um tanto radical, em minhas posições contra os yankees. Mas ainda não consigo ser imparcial, quando escrevo ou falo no país mais poderoso do mundo. Vamos aos fatos. Barack Hussein Obama II é o mais novo presidente dos EUA. Sim, isto é verdade. Parece difícil de acreditar, mas não é uma produção hollywoodiana. Um presidente negro parece piada. A graça nada tem a ver com racismo. Apenas é difícil acreditar que uma nação que sempre menosprezou o povo afro-americano, se rendeu e elegeu um negro. Realmente, isto é notável. Obama vem para derrubar muitos paradigmas. Ele não é um Martin Luther King. Mas hoje representa o símbolo do poder negro. Totalmente diferente do poder que desejavam os Black Panthers. A vitória dos Democratas está repercutindo no mundo todo. Principalmente nos ouvidos de Bush. Relembremos, pois, que aos treze dias do mês de dezembro de 2003, Saddan Hussein foi preso pelas tropas americanas

Capítulo I

Um novo dia. Uma nova vida. O mundo ganhava nova conotação para Júlia, quando de dentro dela brotou o inebriante vermelho fugaz. Fugindo a regra do mundo contemporâneo, ela não era precoce. A puberdade a tornou mulher aos 15 anos. Bem verdade, que nessa altura da vida, muitas garotas-mulheres já são mães. Ana Júlia era especial. A sua precocidade não estava na liberação dos óvulos, mas na exalação da maturidade. Antes mesmo de ser mulher feita por fora, ela já o era por dentro. Sempre foi uma garota batalhadora. Vivera os seus três primeiros anos de adolescência na mais tenra colaboração com seus pais. A menarca não iria alterar esse quadro. O caráter de Júlia estava em fase final de burilação. A mãe de Júlia foi, evidentemente, a primeira pessoa para quem ela contou o seu momento de transformação física. O seu corpo estava efervescente, tal como seu gênio, tal como a sua alma. Ela era amiga íntima de sua mãe. Sempre foi assim, primeiro “mainha”, depois as colegas ou amigas

Até quando iremos?

Desde cedo aprendemos a vencer na vida, mesmo que involuntariamente, se lembrarmos da época em que possuíamos tamanho insignificante e que ainda nem éramos considerados seres. É verdade, somos vencedores desde o início. Vencemos uma corrida maluca, onde não sabíamos sequer o caminho, porém a vontade de vir ao mundo foi maior em nós. As dificuldades da vida não acabam em momento algum. O espermatozóide que venceu a corrida tem que estar ainda mais forte para enfrentar um mundo complicado lá fora. Nasce o bebê, emitindo inexplicáveis sons, choro de alegria ou tristeza. Na verdade não importa, pois o essencial é que já pode ser visto, tocado e sentido por todos. Acontece que vivemos em constante evolução, onde o pequeno se torna mediano e em seguida grande. Todos seguem esse padrão. O padrão da vida. Aquela criança, que antes era fraca e indefesa, agora cresce e vê que o mundo não é composto apenas de risos e festejos. Vê que é preciso algo mais que um simples choro para encarar os probl

De volta à escrita

Viver não é realmente fácil. Como fala a letra da tão famosa música: "É preciso saber viver"! Nada de deixar a vida me levar e depois despertar e descobrir que não sou ninguém, que não trasmiti o legado da minha miséria. Por isso, é preciso batalhar. Afinal, não sou um bom-burgês. Sou um aspirante da paz, que possa me proporciona tempo salutar para fazer o que mais gosto: escrever. Infelizmente, para alcançar a minha meta, necessito lograr êxito no mundo capitalista. Para tanto, preciso estudar, ler, trabalhar. Não esqueçam que o dia só tem 24 horas e que teoricamente em um terço delas estamos dormindo. Falta-me tempo. Sei que não é só a mim. Mas estou aprendendo a viver. Viver não é preciso, escrever é preciso. Portanto, escrevo. E aqui estou eu em forma efêmera. Eu vou passar. As minhas palavras talvez durem um pouco mais. Escrever é uma atitude constante no meu ser. Independe de qum vai me ler. Se vai ser lido. Se vai ser publicado. Escrever é o que importa. Mas escrever c

Mais um doce novembro

Levei 336 dias à sua espera. Acaba de chegar um dos meses mais importantes e apaixonantes do ano. Talvez o segundo ou o terceiro: dezembro é sempre muito atraente por causa das festividades e das projeções realizadas por todos os homens quando o ano seguinte já começa a ganhar corpo; e janeiro por causa da esperança por um mundo melhor e da ligeira sensação de renovação espiritual e psicológica. Mas, na verdade, o mês de novembro dispensa comparações: é o mês ideal para avaliar os sucessos e/ou insucessos na vida profissional e/ou acadêmica e é o mês que traz à tona o resultado dos amores ardentes de fevereiro. Em 2001, Pat O’Connor dirigiu – com maestria – a regravação de um dos filmes mais elogiados pela crítica na época – a sua primeira versão chegou às telas de cinema em 1968: “Sweet November” (Doce Novembro). O drama, estrelado por Keanu Reeves (Nelson Moss) e Charlize Theron (Sara Deever), revela uma história de um amor incomum, interpretada por atores de forte integração e alim