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Mostrando postagens de janeiro, 2009

O ATO DE PENSAR

“Para muitos pensar é uma tarefa fastidiosa. Para mim, nos meus dias felizes, uma festa e uma orgia”. Friedrich Nietzsche Já se vão muitos anos desde que o tão conhecido filósofo René Descartes afirmou que “penso, logo existo”. Desse pressuposto, baseou-se toda a teoria racionalista, que passou a condicionar a existência humana ao ato de pensar. Verdadeiramente, o ser humano é único. Só ele aprende a pensar. E à medida que ele aprende a pensar, o pensamento dele ingressa no conhecimento e na linguagem, deixando-o maravilhado. Pensar, na significação etimológica do termo, quer dizer “sopesar”, por na balança para avaliar o peso de alguma coisa, ponderar. Existe na juventude brasileira um anseio comum por liberdade, traduzida quase sempre por libertinagem. Existe o ímpeto e ação. Muito raramente existe a ponderação. Nem a reflexão. Falta filosofia. Falta ideologia. Não se quer a teoria. Apenas a prática. Raramente somos altruístas. Não aprendemos com a realidade coti

No hospital

Os amigos mais próximos sabem que na última semana estava hospitalizado, realizando um procedimento denominado tecnicamente de cardioplastia, a cirurgia do refluxo - no popular. Graças a Deus, tudo foi um sucesso! Mas quero deixar escrito aqui no INTITULÁVEL um pouco do que vivi. Tudo era muito frenético e organizado. Eu me senti em Grey's Anatomy, o seriado hospitalar. Bem verdade que toda aquela "perfeição" ocorria porque eu estava me internando num hospital particular. Para eles, o que realmente importava era o plano de saúde autorizar e cobrir o procedimento. Fui encaminhado à enfermaria em que me alojaria. Não demorou e uma nutricionista, muito jovem e simpática, adentrou ali para entrevistar-me. Mal ela saiu, uma enfermeira, também muito nova, chegou. Deu-me instruções. Entregou-me o material necessário. Foi muito gentil. Na minha ida ao centro cirúrgico, já sobre uma maca e pré-anestesiado, tentei perceber um pouco dos detalhes dos bastidores da minha cirurgia. Um

Sobre política

A faixa de Gaza silenciou-se, finalmente. Obama, mesmo sem ainda surpreender no campo econômico, se mostrou coerente com o seu discurso – feito quando ainda era um presidenciável em potencial - ao dar por encerradas as atividades condenáveis em Guantánamo, logo após ter assumido a presidência dos Estados Unidos. Entretanto, a ofensiva americana, já sob o seu comando, ainda permanece na ativa no Iraque contra o “terrorismo”. No Brasil, a briga pelas presidências do Senado e da Câmara é um ensaio do que PMDB e PT poderão ratificar em 2010: uma definitiva separação. Como uma espécie de coringa do cenário político nacional, o PMDB - partido do novamente candidato à presidência da câmara dos deputados Michel Temer – é ainda uma indefinição: não dispõe de um nome forte para lançar mão na sucessão ao presidente Lula e deverá, com isso, puxar o menos abastado Aécio Neves – no que tange às preferências internas tucanas - para a sua legenda ou decolar de vez na nave da glória “Serrista”. O caso

CACHOEIRA DA PACIÊNCIA

Ele era a impaciência em pessoa. Não era defeito de caráter. O mundo hodierno e suas loucas cobranças deixaram-no assim. A doença do século XXI já estava instalada em seu corpo. Todas as suas ações imcompreensivas e intolerantes eram justificadas por uma única palavra, o seu subterfúrgio – o ESTRESSE. Tudo era muito acelerado. Acordar cedinho. Deglutir rapidamente o desjejum. Beijo na esposa. Beijo nos filhos. Hora de ir pro escritório. Segunda-feira. Qual o carro do rodízio para hoje? Trânsito caótico. Engarrafamento. Xingamentos. Vou chegar atrasado. Melhor começar a trabalhar agora. Pega o celular. Vai dirigindo e conversando com fornecedores ao celular. De repente um som estranho. Ah, não acredito: MULTA. O dia inteiro de trabalho foi um inferno. Problemas. Desgaste. Melhor ficar até mais tarde no escritório. Com sua agonia, ele já tinha magoado muita gente ali. Pelo menos, de noite todos já teriam ido e ele trabalharia em paz. Não sabia mais trabalhar em equipe. Chegou em casa tar

Eles estão de volta

Depois de quase um ano ausente dos nossos olhares, eles voltaram de forma ainda mais inovadora e atraente. O reality show intitulado ‘Big Brother Brasil’ – programa de grande sucesso da televisão brasileira- vem sempre acompanhado do seu inseparável companheiro: o racismo. Desde a primeira edição eles não se separaram por motivo algum. Talvez seja a ‘regra’ número um do programa: Apenas um negro por edição. Mas não levemos tão a sério esse fato, pois existem outros tantos que podem nos intrigar ainda mais. Detentora da maior audiência no meio televisivo, a Rede Globo é realmente sensacional. Com seus programas jornalísticos – que levam a notícia ao telespectador da maneira que acham melhor, escondendo o que não quer que os mesmos saibam, para impor, de alguma forma, o modo ‘Globo’ de pensar – e esportivos se destaca em relação às demais emissoras. Para termos uma idéia, o melhor programa de humor e cultura, da Rede Globo, passa em um horário pouco convencional, à meia-noite, que é o Pr

Cusack, o avesso de Seagal

Blockbusters como “Freddy X Jason” e “Aliens X Predador” não seriam tão lembrados (por quem gosta do gênero) se Spielberg, ou outro grande diretor de Hollywood, lançasse mão de um duelo inusitado entre Cusack e Seagal nas telas de cinema. As diferenças gritantes nas interpretações das falas e dos gestos os colocariam em extremos opostos e sairíamos todos do cinema com a real distinção entre bons e maus atores. “Escrito nas estrelas” – versão brasileira do original “Serendipity”; filme estrelado por John Cusack e Kate Beckinsale e lançado em 2001 – acabou de ser reproduzido pelo meu DVD Player e de passar diante dos meus olhares mais atentos. É um prazer assistir Cusack no cinema: os filmes em que atua são sempre recheados de agradáveis surpresas antes de subirem as primeiras “letrinhas” dos “casts”. Surpreenderam “O júri”, “Identidade” e “Quero ser John Malkovich”; na contramão, como toda boa exceção, decepcionaram “A Sangue Frio” e “O contrato” – todos têm Cusack como protagonista. Jo

CRÔNICA DA VIRADA

O legado da minha educação familiar está incrustado em minha alma. São verdades eternas. Aprendi a não crer em superstições. Creio apenas nos dogmas da minha indelével fé cristã. Apesar disso, momentos, como a chegada do Ano Novo, sempre foram especiais. Cercado de parentes, amigos e irmãos participantes da mesma fé, a festa de reveillon nunca deixava a desejar. Era um momento terno e especial, quando agradecíamos a Deus pelo ano que se passou e pela maravilhosa benção de estarmos vivos para um novo ano que chegava, em meio a um mundo tão violento e conturbado. Na última virada, 2008 para 2009, vivi uma experiência distinta e que preciso relatar. Perdoem minha escrita um tanto escandalosa e sanguinária. Desculpem também as falhas ortográficas. Não houve tempo para me adequar às novas regras de grafar a língua portuguesa. De qualquer forma, vamos à história. Resolvi passar a virada do ano com minha namorada na ilha. Fomos para a casa dos tios dela, que se localizava em Taipo