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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

VIDA DE TRABALHADOR

Ela era uma adolescente comum. Na verdade, estava ficando jovem. Concluíra o seu Ensino Médio. Tinha alguns cursos profissionalizantes em seu currículo. Decidiu correr atrás do seu primeiro emprego. Não queria se submeter como mão-de-obra barata, por isso queria um emprego de carteira assinada. A luta era diária. Diversas viagens perdidas. Muitos currículos deixados em agências. De repente, um telefonema. Mas a euforia desmoronava depois das provas e entrevistas. Parecia ser impossível fazer parte da PEA (População Economicamente Ativa). Houve novas oportunidades. Mais entrevistas. Nada! Uma vez, ela chegou perto. Passou na entrevista. Foi selecionada. Pediram a documentação. Abriu a conta bancária. Parecia que enfim ela iria conseguir realizar o seu desejo. Mas, não. Frustração. Decepção. Enrolaram-na. Deixaram-na no aguardo. Não voltaram a chamá-la. Ela parecia não acreditar em tudo aquilo. Ela já tinha 22 anos. Queria estar livre. Ser independente. Ter seu salário. O primeiro empreg

MENINA DE OURO

Os leitores mais assíduos do INTITULÁVEL devem ter notado que a 10ª posição da lista dos melhores filmes foi alterada. Antes lá constava o dinâmico e efusivo “Efeito Borboleta”. Entretanto, ele foi substituído, acertadamente, pelo dramático longa metragem “Menina de Ouro”. Seria, com certeza, uma enorme injustiça manter esse filme fora desse arrolamento. Além de ter conquistado 4 oscars e ter um roteiro surpreendente, o filme conta com um show de representação da pouco conhecida Hilary Swank e dos veteranos Clint Eastwood e Morgan Freeman. O drama é bem bolado. A história começa empolgante. Acostumados aos filmes medíocres, esperamos o desfecho comum e ansiamos pela melhora abrupta da lutadora Maggie Fitzgerald (Hillary Swank), desejando que ela possa voltar a lutar e possa se vingar. Mas o roteirista segue outro caminho. O filme fica denso e triste. Ele comove pela dor de Maggie, pelo descaso de sua louca família e pelo amor fraterno de Frankie Dunn (Clint Eastwood) à Maggie. Ele nos

UMA FAMÍLIA

Era um sábado incomum. E foi um dia realmente especial. A minha família resolveu ir à praia. O destino insólito era a bela praia de Imbassaí, no Litoral Norte. Todos estavam presentes. Meu pai, minha mãe, minhas irmãs, eu e de quebra um tio, uma tia e um primo. Foi um passeio maravilhoso! Indescritível a beleza daquele lugar. Inefável o prazer de repousar, sob o sol, deitado na branquíssima areia, sentindo pelo corpo o vai e vem do encontro das mornas águas do rio com as gélidas águas salgadas do mar. Muito gratificante. Naquela inusitada excursão houve de tudo um pouco. Obviamente, meu pai na viagem de ida deu mostras de seu mau humor. Minhas irmãs falaram suas besteiras. Minha mãe ficava temendo minhas avançadas mar adentro ao encontro das fortes e perigosas ondas e reclamava, é claro. Eu, como sempre, estava de espectador de tudo. Observador, eu reparei nos detalhes, nas ações, nas pequenas rusgas, nos pequeninos gestos de afeto e carinho. Não existia ambiente mais propíc

ROMANCE

A sociedade hodierna desaprendeu, aos poucos, o verdadeiro sentido do amor romântico. O platonismo, as tragédias românticas e o amor impossível estão desaparecendo. Há entre nós uma supervalorização da entrega física, do amor carnal e prazeroso, pregado no século XIX pelo Naturalismo Literário. Houve um esvaziamento das idéias ligadas ao coração. Entre os homens, está em extinção a figura do “gentleman”, hoje rapidamente associada ao homossexualismo. As mulheres, na sua ânsia por se igualarem aos homens, entraram pelo mesmo desfiladeiro e perderam a sensibilidade, o gosto pelos detalhes, o prazer pelo romance e a inteligência emocional. “Romance” é uma produção brasileira dirigida pelo talentosíssimo Guel Arraes e um filme nacional feito com um elenco de primeira. O consagrado Wagner Moura, demonstrando mais uma vez o seu dom para o cinema, e a surprendente Letícia Sabatella, acostumada aos chorosos papéis de novelas e mini-séries globistas, dão um verdadeiro show de como representar b

A MÍDIA BAIANA E SEUS ABSURDOS

É difícil de acreditar, mas este texto não vai falar mal da TV Bahia, emissora Carlista que sempre foi criticada pelo seu escancarado apoio aos peefelistas, hoje democratas. Não! Vamos fazer uma reflexão sobre o nível de jornalismo de nossa mídia, principalmente, o exercido pela TV Itapoan e TV Aratu. As cenas realmente chocavam. Era uma criança de apenas 5 anos de idade em movimentos sexuais com uma adulta, que afirmavam ser a mãe do garoto. No canal vizinho, um homem, que teve sua mão mutilada, gemia de dor. Esse é o quadro do jornalismo baiano, visto pela população no horário de almoço e de descanso. Parece difícil de acreditar, mas há muito tempo que este tipo de jornalismo se fincou por aqui. Existe o sensacionalismo para todos os gostos, desde o Balanço Geral, passando pelo Que Venha o Povo, chegando no Se Liga Bocão e no Na Mira. O apelo a fortes imagens, à violência urbana e à miséria social são os principais destaques destes programas que têm grande audiência. Eles

Dinheiro não é tudo

Não é nenhuma novidade que o dinheiro controla o mundo, ainda que existam pensamentos diferentes. Karl Marx, um grande pensador e filósofo alemão, tinha uma visão bastante interessante sobre isso. “O dinheiro é a essência alienada do trabalho e da existência do homem; a essência domina-o e ele adora-a.” Em outras palavras, ele quis dizer que o dinheiro não é a parte principal do trabalho, porém o ser humano tem prazer em priorizá-lo. Apesar de não possuir uma mente tão brilhante quanto à de Karl, o milionário jogador de futebol David Beckham mencionou uma frase também importante a respeito do dinheiro. Segundo ele, o “dinheiro não é tudo”, alertando seu colega de equipe Kaká que pretendia aceitar uma proposta tentadora de um clube de pouca reputação da Inglaterra. Ricardo Izecson dos Santos Leite, o ‘Kaká’, viu-se em um dilema ao receber uma proposta milionária do Manchester City, da Inglaterra. A proposta era muito tentadora, pois o salário oferecido ao jogador era três vezes maior

QUE CRISE?

Há cerca de seis meses atrás, no estopim da crise econômica mundial, os brasileiros ouviam através da mídia falada e escrita, o Presidente Luis Inácio Lula da Silva dizer que não havia com o que se preocupar no Brasil. O Ministro da Fazenda Guido Mantega era mais cauteloso e não se ousava como o intrépido Presidente. O fato é que, no início de 2009, a população começa a sentir os efeitos da tão falada crise. Agora, não são apenas números de cotações de bolsas de valores e de crescimentos de PIB que preocupam as autoridades, mas principalmente os números de demissões. Com a crise no mundo todo, houve uma recessão em quase todos os setores produtivos. As grandes multinacionais sentiram o baque. E são os trabalhadores que já começaram a pagar o pato. Começou a temporada de demissões em larga escala. Em outros casos, férias coletivas e redução de salários para atenuar o problema e evitar os cortes. Sob o rótulo da crise, as pessoas passaram a ser mais cautelosas e reduziram os g