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Mostrando postagens de maio, 2009

A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA

Já é sabido que a violência impera em nossa sociedade. Conhecemos as suas mais variadas formas de manifestação. Os estudiosos apontam inúmeras causas. Os políticos propõem diversas soluções, a maioria delas, ineficazes. A despeito de tudo, ela continua viva e exuberante. Está sempre nas primeiras páginas dos jornais. É assunto constante das revistas semanais. Graças a ela, o mundo tem se tornado mais tenebroso e as pessoas têm tido mais doenças psicossomáticas. O convívio social tem diminuído e os que têm condições financeiras suficientes têm se enclausurado em condomínios gradeados e filmados incessantemente. O medo está para todos e, infelizmente, ele não é infundado. É difícil pegar um transporte coletivo e não temer um corrente e normal assalto a ônibus. Os que possuem o privilégio de terem um veículo automotivo também não estão livres deste temor. Cotidianamente, muitos carros são furtados e assaltados. As armas de fogo são as protagonistas desse caos urbano. Em conjunto com as dr

EDMÉIA WILLIAMS - UM EXEMPLO DE FORÇA E CORAGEM

Vivemos em um mundo altamente egoísta. São raras as ações de humanitarismo e solidariedade. Por isso mesmo, elas merecem grande destaque. São poucos os relatos de pessoas que abandonam o seu cotidiano e a sua comodidade para contribuírem para o bem-estar do próximo. A “personalidade da semana” do INTITULÁVEL é uma dessas exceções da sociedade hodierna. Edméia Willians nasceu em Santarém, interior do Pará. Entretanto, sua família migrou para Salvador, na Bahia, onde ela passou a maior parte de sua vida. Aqui ela cresceu, realizou seus estudos, se casou, constitui família e obteve os bacharelados em Pedagogia, Filosofia, Psicologia e Música. A sua vida era normal, como de muitos. Passou a morar no Rio de Janeiro, devido ao emprego de seu marido. Chegou até a morar no Iraque, ainda na época de Sadan, também por motivos profissionais relativos ao seu esposo. Tudo transcorria normalmente até que duas tragédias mudaram a história de sua vida. Em um período muito curto, Edméia perdeu o seu es

O acerto de Dunga

A imagem do capitão da seleção brasileira erguendo a taça de campeão, na Copa do Mundo de 1994, nos EUA, não deverá sair tão cedo da memória do povo brasileiro - o povo mais apaixonado por futebol. Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga, foi, ao lado de Romário e companhia, um símbolo daquela conquista. Mas o capitão de então, hoje aos 45 anos, é cercado agora por olhares desconfiados que vêm de todo o mundo, diferentemente dos tempos em que vestiu a "amarelinha", quando, com gritos e gestos que mais pareciam ser de um guerreiro de outros tempos e de outros habitats, se tornou uma espécie de héroi nacional. Dunga estreou como profissional no Internacional - clube em que jogava desde os quinze anos -, jogou em grandes equipes do mundo - como a Fiorentina, por exemplo -, foi tricampeão gaúcho (1982, 1983, 1984) e campeão da taça Guanabara pelo Vasco, em 1987. O jogador, conhecido por sua raça e determinação, encerrou a carreira aos 35 anos, jogando novamente pelo Internacional,

LÁGRIMAS

Depois, tudo estará perfeito; praia lisa, águas ordenadas, meus olhos secos como pedras e as minhas duas mãos quebradas. Cecília Meireles O ambiente ficou pesado. Não havia sinais de paz. Reinava a incompreensão. O abatimento chegou. Minha alma tornou-se um turbilhão. Era uma angústia extenuante. Era uma agonia intermitente. O mundo estava desabando sob minha cabeça. A palavra ouvida não foi terna. Ela penetrou. Invadiu o recôndito do meu ser e traspassou meu coração. De repente, a dor. E ela veio forte. Era estranho, mas era real. Mais agonia. Estava tendo um infarto do miocárdio? Não dava para saber. Apenas sentia. Tudo por dentro se convulsionou até explodir na mais bela forma de expressão dos sentimentos. As minhas glândulas lacrimais trabalharam e, aos poucos, pequenas gotículas brotaram dos meus olhos. Internamente ainda havia um grito, um urro buscando liberdade. Não era um lugar adequado. Eu precisava de másca

Mistérios da meia-noite

Segundo estudos muito antigos que, marcados em nossos relógios, ainda permanecem como absoluta verdade, já é madrugada. Nela, as lágrimas que tocam o chão das ruas e inundam a cidade podem ser ouvidas da janela, enquanto o barulho do ventilador, no meu quarto, tenta embalar a máquina de sonhos instalada em minha mente. Mas como sou um contumaz desafiador da escuridão noturna, ainda permaneço acordado. Há dias - como hoje - que, a cultuar os mistérios que se escondem lânguidos sob a tímida luz da lua, não consigo dormir sem antes rememorar casos e imaginar novas vidas. Preocupado com o horário - terei que acordar cedo para trabalhar - e constantemente alertado pelo meu corpo fatigado - já fisiologicamente ansioso por um repouso -, navego relutantemente pelo Google, em busca de inspirações para a criação do personagem que protagonizará o meu próximo texto. O site do Google que, aliás, deve ser a página principal de todos os internautas: a sua praticidade e a sua riqueza permitem uma

O DIA EM QUE A CIDADE DE SALVADOR PAROU – CRÔNICA DO CAOS

Para mim, o dia começou normal. Eu sabia que a previsão metereológica dizia que ia chover muito. Mas sabia também que nem sempre eles acertam, afinal, previsão não é certeza. Como saí cedo, não tive de problemas para me deslocar. A manhã passou e o céu se abriu. Foi um derramar constante. Precipitações indesejadas. Muita água! Parecia um dilúvio. É fato que Salvador é uma cidade desorganizada e altamente despreparada para os fenômenos climáticos. Mas ela não é a única no Brasil. Entretanto, mais uma vez, as autoridades locais demoraram a agir e natureza ditou o seu ritmo. Após cerca de quatro horas de chuvas incessantes, Salvador parou. Engarrafamentos intermináveis. Sistema de telefonia em pane. Deslizamentos de terra. Córregos transbordando. Ruas extremamente alagadas. O caos estava instalado. Eu já me dava conta da loucura. Mesmo assim, tencionei seguir minha rotina. Contudo, me arrependi da minha boa vontade. Foram quarenta minutos aguardando o ônibus. Depois, 2 horas e meia dentro