INTITULÁVEL

Comumente, usamos o vocábulo “gênio”, no seu sentido figurado, para nos referirmos a alguém com alto grau de capacidade mental criadora em qualquer sentido, ou mesmo a alguém com grande talento inato. Nós, brasileiros, temos Machado de Assis como o gênio da literatura, Pelé como o gênio da bola e Villa-Lobos como um gênio da música. O fato é que o nosso conceito está intimamente ligado às artes. Existe no Brasil uma escassez de gênios da ciência, inventores de tecnologia, criadores de inovação. Os mais conhecedores da história brasileira vão se lembrar do inesquecível Santos Dumont. Sim, é fato que ele foi um gênio e a sua área de atuação foi a aviação, ainda então inusitada e desconhecida. A capacidade do Pai da Aviação é indiscutível. Ele foi um exemplo maior na pequena história de ciência no Brasil. Mas onde estão os novos inventores? Os futuristas a lá Da Vinci? Os incompreendidos semelhantes a Einstein? Os pesquisadores destemidos como Darwin? Será que não existe mais capacidade

Recentemente, necessitei utilizar alguns serviços dos famigerados cartórios judiciais. Eram coisas aparentemente simples: autenticação, reconhecimento de firma, certidões e habilitações. Posso afirmar com convicção que perdi três tardes e duas manhãs para obter tudo o que me era necessário. Tudo foi realmente muito estressante. Além de muita burocracia, encontrei pela frente funcionários mal-educados e despreparados. Uma das tentativas foi frustrada porque houve paralisação dos servidores. E eu precisava resolver meus problemas, mesmo sem ter tempo hábil para isso. O meu tempo teoricamente livre ocorre aos sábados e domingos, quando justamente os cartórios não funcionam. Assim como milhares de brasileiros, abdiquei de outras atividades, suportei com paciência a espera e, com persistência, venci a burocracia. Normalmente, utilizamos o termo “burocaracia” com um sentido pejorativo, significando uma administração com muitas divisões, regras e procedimentos redundantes, desnecessárias ao f

A volta à escrita, quando precedida pela instalação de uma nova rotina, torna-se muito mais do que prazerosa. Torna-se imprescindível: a pesquisa, o ajuste de idéias e a elaboração de textos preparam melhor a mente - e o corpo - para sobreviver às exigências do mercado de trabalho e às intermináveis atividades acadêmicas. Imerso neste contexto, retorno - com muito prazer e com uma nova foto - à página do Intitulável. Durante o curto tempo em que fui inteiramente um leitor deste site, eu sabia muito bem que os escândalos envolvendo o Senado Federal e o alastramento da gripe suína seriam pautas interessantes para serem discutidas aqui, mas andei meio preguiçoso e pouco disposto a falar sobre tudo o que a mídia já falava por completo - e ainda está falando -, confesso. Ler e nada escrever, de vez em quando, pode ser tão importante quanto ouvir e nada falar. Pode ser - e é, penso - um gesto essencial para o nosso crescimento e o nosso eterno aprendizado, mesmo que o Tiago e os nossos leit

Reunir os amigos, fazer um grande banquete, festejar, contar piadas, sorrir, deixar o espírito mais leve: é o que normalmente fazemos quando queremos comemorar uma data de aniversário. E como seres humanos festeiros que somos, queremos sempre celebrar tudo. Aniversário de namoro, de noivado, de casamento, de nascimento, do primeiro beijo e outras coisinhas mais. Tudo é motivo de comemoração e de celebração, mas qual o porquê para tudo isso? O ser humano é dotado de intrínseca gratidão, embora nem todos ajam com esta bela característica. Normalmente, queremos agradecer a todos os que cooperaram conosco para obtermos êxito. Os que crêem em forças espirituais e divindades devotam a elas os seus feitos. De uma forma ou de outra, se quer sempre denotar gratidão e felicidade pelo momento vivido. O momento da comemoração é sempre efusivo, dinâmico e muito proveitoso. Entretanto, ele também proporciona uma reflexão interior, uma lembrança das lutas e dificuldades e uma sensação de que o tempo