É ano par, ano eleitoral. Então vai ter debate. E o debate serve para a discussão de ideias, para o confronto dos programas, para elucidação das ideologias, para o eleitorado conhecer os candidatos. Obviamente, o debate político ganhou espaço na conjuntura brasileira a partir do processo de redemocratização. O povo tem, através dos veículos da mídia, a oportunidade de embasar e consolidar o voto. Tudo isso na teoria é muito bonito, mas na prática existem muitas discrepâncias. Acho que pouquíssimas pessoas decidem os seus votos pelos debates. E as que fazem isso, não o fazem pela boa performance política, mas pelos trejeitos de populista e comunicador dos candidatos. Já houve debates memoráveis na história do Brasil. Lula, atual presidente da nação, foi protagonista de muitos deles. Enfrentou Collor, Brizola, Fernando Henrique, José Serra, Alckmin e Cia. Algumas dessas discussões foram profícuas para o povo brasileiro, mas acredito que a maioria deixou a desejar. Lembro a campanha presidencial de 2006, onde Lula, apesar do alto índice de aprovação popular, teve que responder contrariado aos rompantes do opositor Alckmin, às queixas da ex-aliada Heloísa Helena e às críticas ao sistema educacional feitas por Cristovam Buarque. Foi um debate que mesclou ideologias de esquerda, de centro, da direita, da elite, do trabalhador, do cientista político. Muita coisa foi acrescida. Mas lembro também o recente debate na eleição da prefeitura de Salvador, onde ex-aliados trocavam bajulações asquerosas. Quem acompanha política, sabe que são abundantes os debates medíocres. Meu pai costuma dizer que lá dentro é um ninho de cobra. Na campanha política eles são rivais, opositores, debatentes. Depois do pleito, após a posse, a amizade retorna e os conchavos políticos espúrios recomeçam. Sou um cético da política brasileira, mas não consigo abandoná-la. Talvez, muito provavelmente, porque tenho consciência de que os que não gostam de política são dominados pelos que a conhecem de perto. Não sou perito, não sou exímio, não sou especialista. Eu sou um eleitor atento e cada dia mais desesperado com o futuro político do país. Não consigo conceber porque os debates políticos de 2010 estão cerceando o espaço aos candidatos chamados nanicos. Se depender do nosso contexto atual, acredito que teremos um debate presidencial mais que medíocre. Teremos uma Dilma técnica, e põe técnica nisso, que vai se eximir de responder às críticas, vai falar dos feitos do governo Lula e vai se mostrar como continuidade da Era Lula. Teremos o Serra de sempre, falando dos genéricos que ele plagiou de Adib Jatene, dizendo que foi o melhor Ministro de Saúde do mundo (apesar da Saúde nacional continuar aviltante), tentando descredibilizar Dilma e, ironicamente, elogiando Lula, pois criticá-lo é pedir para perder no primeiro turno. Iremos ver a dócil Marina, que tem uma bela história de vida para contar, mas pouca força política para mostrar. Ela vai levantar as bandeiras do verde que representa, sem conseguir ameaçar o discurso de Dilma, nem o de Serra. E vai ser só isso! Pelo menos, se as emissoras televisivas não convidarem mais candidatos. Eu queria ver nanicos metendo o dedo nas feridas do PT, relembrando as lambanças do PSDB, questionando a ideologia do PV de Marina. É inadmissível que existem 9 candidatos a presidência e apenas 3 possam participar dos debates. Isso é democracia? Isonomia? Não sei, mas continuo achando que a mídia não compreendeu o seu papel. O jeito é esperar para ver como vai ser.
Vivemos em um mundo altamente egoísta. São raras as ações de humanitarismo e solidariedade. Por isso mesmo, elas merecem grande destaque. São poucos os relatos de pessoas que abandonam o seu cotidiano e a sua comodidade para contribuírem para o bem-estar do próximo. A “personalidade da semana” do INTITULÁVEL é uma dessas exceções da sociedade hodierna. Edméia Willians nasceu em Santarém, interior do Pará. Entretanto, sua família migrou para Salvador, na Bahia, onde ela passou a maior parte de sua vida. Aqui ela cresceu, realizou seus estudos, se casou, constitui família e obteve os bacharelados em Pedagogia, Filosofia, Psicologia e Música. A sua vida era normal, como de muitos. Passou a morar no Rio de Janeiro, devido ao emprego de seu marido. Chegou até a morar no Iraque, ainda na época de Sadan, também por motivos profissionais relativos ao seu esposo. Tudo transcorria normalmente até que duas tragédias mudaram a história de sua vida. Em um período muito curto, Edméia perdeu o seu es...
Comentários
RF
Um bom texto.