Custei a acreditar no que vi. No primeiro dos últimos textos do ano quero, a princípio, destacar a impunidade e a parcialidade da justiça brasileira, gritantemente expostas na semana passada: a negação ao direito de ir e vir (na reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, o território de 1,7 milhão de hectares será de exclusividade de 19 mil índios da região, em detrimento de toda a população nacional, sob a pseudo-retórica de quitação para uma dívida histórica) e a eterna sensação de impunidade (alimentada pela irrisória pena de um ano de prestação de serviços comunitários para o cabo da PM William de Palma, acusado de matar, a tiros, o menino João Roberto Amorim Soares, na zona Norte do Rio de Janeiro, em 6 de julho desta ano) dão mostras de que a afronta à cidadania será a bandeira intransponível da imortal (in)justiça brasileira. Excetuando-se a indignação exposta acima, este texto terá daqui para baixo, um caráter emergencial: ainda que sem as nossas mútuas permissões, nós, membros d...
Prazer em ler...