Esta é a marca da vitória que todos anseiam no mundo capitalista. É inenarrável a euforia de ver o seu nome na lista de aprovados. São dias, meses, às vezes, anos, de luta constante. Estudo, abdicações, persistência. Para enfim obter êxito. Sentir um alívio por ter alcançado um tão sonhado objetivo.
O capitalismo selvagem desviou as atenções para o mercado privado e o Estado tem ficado, constantemente, de mãos atadas. Na verdade, há uma enorme confluência de interesses daqueles que nos representam na máquina pública e daqueles que apóiam o liberalismo econômico. Em face deste conluio descabido, surgem as enormes competições pelas migalhas ofertadas pelo Estado.
Dentre os bocadinhos dados gratuitamente pelo governo, destacam-se a universidade pública, “gratuita e de qualidade”, e o emprego público, “estável e bem remunerado”. O grande problema é a forma de acesso a tais benesses da Administração Pública. O famigerado VESTIBULAR e o tão desejado CONCURSO PÚBLICO têm fomentado uma indústria própria, que se aproveita do grande número de pessoas ávidas por cursar o ensino superior e por garantir sua imutabilidade em um cargo público.
Ao pesquisar, no site de pesquisa, Google, a palavra “vestibular”, teremos dez milhões e novecentos mil resultados e se tentarmos localizar “concurso público” obteremos quatro milhões e oitocentos mil resultados. É realmente inacreditável o mercado que se formou nessas formas de acesso. Infelizmente, dessa maneira, os menos abastados são praticamente excluídos. O capitalismo continua ditando suas regras e num estilo nietzscheano reforça a seleção natural, onde apenas os fortes sobrevivem.
Todo esforço feito, dinheiro gasto, tempo de entretenimento perdido é recompensado pelo nome na lista. Mas, e quando o nosso nome não está lá? A angústia e o sentimento de derrota também são indescritíveis. É necessário paciência e perseverança. Entender que as vagas são limitadas. Alguém foi melhor e passou. É preciso melhorar, insistir, não desistir. Mas é preciso entender que o nome na lista não finda uma história. Pelo contrário, dá início a ela.
Não vamos antecipar o futuro. Basta a cada dia o seu mal. E hoje é tempo de morangos. É tempo de celebrar, comemorar a vitória. Estufar o peito e gritar. Passei. Consegui. A vitória é minha. Graças a Deus, aos meus pais, parentes e amigos e à minha luta permanente, o meu nome está na lista. Encher de lágrimas os olhos, sentir a voz faltar, entender que em um lugar não tão distante existe um Ser Divino, Criador, e Possibilitador dos meus sonhos e das minhas vitórias. Na hora certa, no momento apropriado.
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RF