Esse é o título do primeiro capítulo de Vidas Secas, do brilhante Graciliano Ramos. É também o nome de uma das melhores crônicas de Clarice Lispector, a circunspecta escritora incompreendida. Mas a denominação acima não quer fazer menção a qualquer dos belíssimos trabalhos literários. Trata-se de assunto de foro íntimo. Às vésperas de uma brusca mudança, resolvi escrever. E olha que são infindáveis as coisas que tenho por fazer. Para variar, estou na iminência de mais um concurso público. A cabeça cheia de problemas e agonias. O mundo de fora estressando e eu resolvi mergulhar no mundo virtual. Esse mesmo que abriga o Intitulável e muitas vezes priva-nos da realidade. Lembrei-me do blog após visitar as páginas que comumente visito: email, concurso, noticiário, revistas e, ultimamente, rede social. Me deparei com três belos textos que não havia lido. Lembrei o quanto é belo escrever, fazer poesia jasmim. O quanto é perspicaz decrever a vida cotidiana e social. O quanto é brilhante expressar de forma metalinguística as agruras de por no papel o que queremos. E muitas vezes o que não queremos. São muitas as coisas a mudar. Lições são aprendidas diariamente. O vento carrega a folha e ela é subelevada, pois inocuamente não pode se defender. Nosso curso é traçado, rigorosamente desenhado por nossas intenções e ações. Temos um mundo a descobrir lá fora. Um planeta a salvar. Uma humanidade para compartilhar. Há os amigos. Parentes. Convenções sociais. Dogmas religiosos. Sempre haverá. Mas o que muitos chamam de ‘destino’ é nada mais que consequência de nossas buscas. E a vida é uma eterna procura, alguém discorda? Há sempre algo novo a aprender, lugar novo a conhecer, sensação nova a perscrutar, aventura nova a animar. É o cerne da vida: a mudança. E nem mesmo o mais ortodoxo, o mais conservador, o mais categoricamente rotineiro consegue se manter isento do poder da mudança. Pensamentos. Atos. Fatos. O futuro nos espera, sofregamente. Marchemos, pois. Sim!
Vivemos em um mundo altamente egoísta. São raras as ações de humanitarismo e solidariedade. Por isso mesmo, elas merecem grande destaque. São poucos os relatos de pessoas que abandonam o seu cotidiano e a sua comodidade para contribuírem para o bem-estar do próximo. A “personalidade da semana” do INTITULÁVEL é uma dessas exceções da sociedade hodierna. Edméia Willians nasceu em Santarém, interior do Pará. Entretanto, sua família migrou para Salvador, na Bahia, onde ela passou a maior parte de sua vida. Aqui ela cresceu, realizou seus estudos, se casou, constitui família e obteve os bacharelados em Pedagogia, Filosofia, Psicologia e Música. A sua vida era normal, como de muitos. Passou a morar no Rio de Janeiro, devido ao emprego de seu marido. Chegou até a morar no Iraque, ainda na época de Sadan, também por motivos profissionais relativos ao seu esposo. Tudo transcorria normalmente até que duas tragédias mudaram a história de sua vida. Em um período muito curto, Edméia perdeu o seu es...
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