Como pensar e refletir se o gabarito do concurso de ontem não saiu? Como descansar e viajar no conhecimento lúdico se há dois certames nos próximos finais de semanas? Como deglutir metafísica e se embeber de Nietszche se existem dívidas para serem pagas? Como sorrir com a ironia fina de Machado se é preciso garantir o sorriso dos pequenos? Como surpreender-se com as fantásticas criações de Saramago e Marquez se o dia-a-dia nos dá supresas que nos estafam? Como admirar os perfis criados por Ubaldo se não é possível reconhecer o perfil do cônjuge que está ao lado?
Como responder a tantos ‘comos’ se não temos tempo para analisarmos estas interrogações?
Parece que a resposta está implícita, como sempre. Surge nas entrelinhas. Na verdade, estava na linha anterior. O tempo. Sempre ele aparece. Sempre ele incomoda, abespinha. É óbvio que Kant precisou de tempo livre - e ponha livre nisso- para produzir suas críticas à razão. Os gregos foram proeminentes em muitas artes, justamente porque tinham escravos para tudo. Ou seja, eles não tinham nada para fazer obrigatoriamente. Com essa liberdade, brotava o conhecimento.
Mas como conseguir isso no mundo moderno, quando não há mais escravidão?
A resposta é variada. O fato é que a arte não pode ser cerceada, o conhecimento não pode ser escanteado. O mundo rápido, dinâmico e estressante não pode vencer a beleza da poesia, da literatura, da arte, da filosofia. Ninguém pode ficar preso no cotidiano, na busca capitalista, no emaranhado sem fim proposto pelo mundo conectado à Internet. Há ainda a possibilidade de liberdade. Agarro aqui a possibilidade de escrever, o que desejo, o que flui do peito, minha própria arte.
Como escrever um texto em um blog ‘abandonado’ após meses de distância, mergulhado nos problemas deste mundo? RESPOSTA: Fazendo disso uma PRIORIDADE.
Como responder a tantos ‘comos’ se não temos tempo para analisarmos estas interrogações?
Parece que a resposta está implícita, como sempre. Surge nas entrelinhas. Na verdade, estava na linha anterior. O tempo. Sempre ele aparece. Sempre ele incomoda, abespinha. É óbvio que Kant precisou de tempo livre - e ponha livre nisso- para produzir suas críticas à razão. Os gregos foram proeminentes em muitas artes, justamente porque tinham escravos para tudo. Ou seja, eles não tinham nada para fazer obrigatoriamente. Com essa liberdade, brotava o conhecimento.
Mas como conseguir isso no mundo moderno, quando não há mais escravidão?
A resposta é variada. O fato é que a arte não pode ser cerceada, o conhecimento não pode ser escanteado. O mundo rápido, dinâmico e estressante não pode vencer a beleza da poesia, da literatura, da arte, da filosofia. Ninguém pode ficar preso no cotidiano, na busca capitalista, no emaranhado sem fim proposto pelo mundo conectado à Internet. Há ainda a possibilidade de liberdade. Agarro aqui a possibilidade de escrever, o que desejo, o que flui do peito, minha própria arte.
Como escrever um texto em um blog ‘abandonado’ após meses de distância, mergulhado nos problemas deste mundo? RESPOSTA: Fazendo disso uma PRIORIDADE.
Comentários
Um forte abraço.
RF
É bom perceber que o tempo livre que te é concedido, mesmo que esporadicamente, tem sido utilizado de maneira sábia, como uma criança no ápice do pelo do coelho, tentando descobrir o que tem por trás da imensa cartola.
Um texto que expôe a nossa revolta com a maneira como as pessoas utilizam o tempo livre, deixando-se levar pelas pragas das redes sociais e similares.
Gostei do exemplo dos gregos que dispunham dos escravos e, por conseguinte, tinham tempo livre para que o conhecimento brotasse. Mas contextualizando este fato com os dias atuais, ouso-me a afirmar que se nós, assim como os gregos, dispuséssimos de escravos para que eles realizassem as nossas tarefas cotidianas 'sugadoras' de tempo, não usaríamos deste tempo livre para buscar o conhecimento. Estamos submersos em um mundo acanhado, todos preocupados com suas, respectivas, zonas de conforto.
Grande texto, pcro. Não nos deixe ficar muito tempo sem seus escritos.
Grande Abraço.
Danilo França