Sim, fevereiro tem muito charme, sim, senhora. Tem ou não tem? Tem, tem sim, coisa feia seria dizer que não. Seria até aceitável, vá lá, se argumentasse que os seus onze semelhantes no que diz respeito ao tempo não exercem transformações tão profundas no calendário como ele o faz, que não furtam igualmente em seus percursos finais por durante três anos seguidos os aniversários dos outros e ainda que toda essa pantomima por ele provocada seria vilania de sua parte, ok, ok, mas veja bem, my lady, brisas serenas e animosidades como as de fevereiro não há, a dona há de comigo concordar. Abril, por exemplo, abril é um mês devastador: carrega o outono até junho, traz as chuvas, derruba barracos, desabriga semelhantes nossos, permite languidamente que nos sejam aviltantes a mercantilização opressiva da páscoa e ainda por cima, ainda por cima traz muita angústia, sim, traz, a senhora sabe muito bem que traz, ou vai dizer agora que nunca pensou em ver os seus 30 dias correndo com maior ligei...
Prazer em ler...