Ver televisão tornou-se praxe noturna para a maioria das pessoas. Apesar de tentar, ainda não me libertei dessa rotina. Entretanto, ainda existem coisas na televisão brasileira que têm o seu devido valor, apesar de não serem as que mais atraem telespectadores. Pois bem, em plena segunda-feira à noite, eu estava vendo Custe o Que Custar, o famoso CQC. Sem dúvida, é um dos poucos programas que inspiram inteligência, conhecimento, variedade, cultura, política e, sobretudo, humor refinado. Não pretendo com essas malfadadas linhas fazer merchandising para o referido título midiático. O caso em questão é que em uma das matérias eu vi o repórter Felipe Andreoli lembrar a forma que fazia para “baixar” músicas quando criança. Naquele momento, além de sorrir, eu também refleti. E lembrei que vivi um pouco dessa fase, hoje considerada obsoleta. Era a geração dos discos de vinil, os conhecidos LP’s. Mas a mudança para o mundo digital já estava em curso e já haviam as fitas cassetes. Usávamos essas fitas, hoje artigos de museu, para gravar os sucessos musicais que passavam nas radiotransmissoras. Ah sim, o vocábulo da frase anterior corresponde ao rádio, o nome que popularizou a transmissão de sons por ondas eletromagnéticas através da ionosfera. E, por essa razão, muita gente falava “a rádio”. O fato é que era delicioso aguardar o momento da música favorita ser transmitida e gravá-la com “qualidade” em nossas fitas. Aquele momento de acionar as teclas ‘play’ e ‘rec’ simultaneamente era crucial. Será que ainda voltarei a ver a tecla ‘rec’? Lembro as fitas protegidas contra gravação. Descobri que a proteção era feita por causa de dois furos de base quadrada feitos no alto do invólucro acrílico que armazenava a fita. Foi fácil resolver o problema. Com um pedaço de fita adesiva, transformava ‘fita-r’ em ‘fita-rw’. Hilário lembrar isso e imaginar como tudo se desfez tão rapidamente. Não é só cômico, é também assustador. Comecei a rememorar coisas antigas que vi em minha infância e que hoje estão extintas, por assim dizer. Minha mãe tinha curso de datilografia e teve uma máquina analógica e uma semi-digital. Os relógios com marcadores digitais já eram moda no início dos anos 90, mas o relógio analógico é uma das poucas coisas que ainda sobrevive neste mundo moderno, talvez graças ao seu glamour. As máquinas fotográficas mudaram da água para o vinho. Alguém ainda compra filme? Era engraçado pedir 12 poses, 36 poses etc. Recentemente, vi um desses filmes num mercadinho e pensei, inadvertidamente, eles ainda estão na idade das trevas? Aparentemente, a era digital se apresenta a nós como se fosse uma luz. Ela trouxe eficiência e rapidez a nossa humanidade globalizada. Mas tirou de nós a visão do real. Porque a vida é analógica. Tudo o que é natural e que nos cerca não é feito de pixels, sinais eletrônicos ou linguagem binária. Aos poucos, estamos imersos na virtualidade. Acredito ser um caminho sem volta. Mas acredito que a mente humana, por ser analógica, vai sempre revisitar o real, contrastando-o com a facilidade virtual que ora se nos oferece.
Vivemos em um mundo altamente egoísta. São raras as ações de humanitarismo e solidariedade. Por isso mesmo, elas merecem grande destaque. São poucos os relatos de pessoas que abandonam o seu cotidiano e a sua comodidade para contribuírem para o bem-estar do próximo. A “personalidade da semana” do INTITULÁVEL é uma dessas exceções da sociedade hodierna. Edméia Willians nasceu em Santarém, interior do Pará. Entretanto, sua família migrou para Salvador, na Bahia, onde ela passou a maior parte de sua vida. Aqui ela cresceu, realizou seus estudos, se casou, constitui família e obteve os bacharelados em Pedagogia, Filosofia, Psicologia e Música. A sua vida era normal, como de muitos. Passou a morar no Rio de Janeiro, devido ao emprego de seu marido. Chegou até a morar no Iraque, ainda na época de Sadan, também por motivos profissionais relativos ao seu esposo. Tudo transcorria normalmente até que duas tragédias mudaram a história de sua vida. Em um período muito curto, Edméia perdeu o seu es...
Comentários
RF
:)Mariana :)
MASARACHAMADOGO
Grande abraço!
Passei por essa época também,quando saiamos de casa deixávamos a fita cassete já no lugar e depois era só assistir o que perdemos.Era uma época boa, mas não melhor que a de hoje.
Estava aqui me lembrando o quanto os aparelhos telefônicos mudaram, antigamente os que tinham condições financeiras melhores andavam com aqueles tijolos pendurados na cintura se achando os reis do pedaço. Êta época cômica. O de hoje é o "feto" daquele com muito mais funcionalidades. É sempre bom relembrar e ver que a vida é de constante mudança.
Bom texto.
QF
Carolina Araújo