Meus colegas me falaram desse filme. Todos salientaram que eu precisava assistir 'Sempre ao seu lado'. E nenhum deles esqueceu de me prevenir da enorme tristeza pungente na história. Eu, um sentimentalóide que se acha racionalista, fui ver a película me propondo o desafio de não chorar.
Um professor universitário encontra um cachorro abandonado na estação de trem e o leva para sua casa e eles formam uma amizade muito forte. Todos os dias o cachorro Hachiko acompanha o seu dono até à estação de trem, que o leva até à universidade, e o cachorro volta para a estação na hora exata em que o professor volta para casa. Um dia, o professor, repentinamente, morre durante a aula. O cachorro continua indo à estação de trem todos os dias à procura de seu dono, por 9 anos. Durante a espera pelo dono, que nunca voltará, Hachiko toca o coração de todos que passam por perto por ficar sempre no mesmo lugar esperando seu dono com a sua paixão,fidelidade e amizade ao dono.
O diretor deste belo filme consegue fazer o telespectador se envolver com o amável cão. A amizade entre Parker Wilson (Richard Gere) e Hachi é deslumbrante, terna e pueril. Há um clima bucólico de amor, amizade, sinceridade, perfeição. Tudo muito lindo! Mas a inexorável morte muda tudo! E mexe com nossas entranhas. Foi difícil segurar a angústia no peito. Eu tive a experiência particular de ter um cão e perdê-lo prematuramente. Sofri muito. Agora estava ali sofrendo por Hachi, um cachorro forte, inteligente e fiel. Ver esse filme me fez, indubitavelmente, uma pessoa melhor. As lágrimas rolaram discretas. Mas a agonia era grande. Fui ao banheiro após o filme, onde sozinho pude expurgar a dor e as lembranças do meu querido e saudoso 'Vini'. Chorei copiosamente. Nós, animais racionais, ainda temos muito a aprender com os animais. Falta apenas sensibilidade.
Difícil convencer alguém a ver um filme triste. Mas um bela história atrai. 'Sempre ao seu lado' consegue ter uma beleza ímpar e ser angustiante. Muito mais ainda quando descobrimos que tudo aquilo ali foi baseado em fatos reais ocorridos no Japão. Não é apenas um roteiro inventado ou adaptado, nem fruto da grande imaginação de um cineasta, é apenas a vida, bela e triste como ela é.
Comentários
Parabéns!
Um abraço.
Um abraço
Tiago França
Um abraço.
RF
RF