A ideia inicial era escrever sobre a sucessão presidencial. Estou planejando isso, mas vou adiar um pouco mais este texto. Consternado com tudo o que vi nos jornais ontem sobre as chuvas no Rio de Janeiro, pensei em falar dessa catástrofe. Ou seja, a postagem de hoje podia falar de política ou simplesmente ser informativa. Mas os fatos me fizeram mudar a temática do que pretendia escrever. Sou funcionário do Ministério Público do Estado da Bahia e esta instituição realiza às quarta-feiras uma sessão de cinema, no horário de almoço, das 12:20 às 14:00 horas. Hoje, assisti Te Amarei Para Sempre e é sobre essa película que pretendo falar.
Henry DeTamble (Eric Bana) sofre de uma rara modificação genética, que o faz viajar pelo tempo involuntariamente. Numa de suas viagens, ele conhece a pequena Clare (Rachel McAdams), que se apaixona por ele imediatamente. Ano após ano, ela espera sempre no mesmo lugar que este estranho viajante retorne. Até que os dois, finalmente, se encontram e a paixão começa. Porém, o curso da vida de Clare é normal e, quando ela menos espera, seu grande amor desaparece, sem data para retornar. Como poderia um romance suportar a estas idas e vindas?
A sinopse acima descrita não é suficiente para descrever a beleza do filme. Quem não gosta de filmes românticos, não deve perder tempo com este longa. Te Amarei Para Sempre é a versão cinematográfica do romance "A Mulher Do Viajante No Tempo", de Audrey Niffenegger. Como todos os bons filmes de romance, há uma impossibilidade no amor. Henry viaja constantemente no tempo, o que nos faz lembrar logo de "Efeito Borboleta. Mas ele não tem controle sobre este poder. Mais uma vez ficamos absortos pensando no tempo, em especial em nossa vida. Porque essa ideia de viajar no tempo mexe tanto com nossa cabeça? No decorrer do filme, aprendi que viver o hoje intensamente é sempre a melhor opção. Pensamos em destino, sina, ou o que quiserem chamar. Temos livre arbítrio? Viajar no tempo mudaria o quê? Essas divagações permeiam a cabeça de quem assistiu o filme.
Entretanto, o foco de Robert Schwentke, diretor do filme, não foi o tempo. O filme fala o tempo todo de amor, mas sem ter muita teoria. As cenas, os fatos, os olhares, as ações demonstram amor continuamente. Um relacionamento impossível é belo quando existe o amor. E quando o amor acaba? O verdadeiro amor não acaba... é a sensação gostosa que a história deixa. Uma pena que nos dias atuais as belas histórias de amor só possam ser vistas na cinematografia. O filme é complexo e em alguns momentos confuso. Mas o maior objetivo de Schwentke não é fazer o telespectador entender a história. Por isso lembrei Clarice Lispector. O filme é como um texto dela, uma história estranha, evasiva, mas tocante. Pensamos na vida, na morte, na nossa infância, na nossa velhice, na dor, na solidão, pensamos muito naqueles que amamos. Eu lembrei também a "Casa do Lago" enquanto via o filme. Como sempre faço, deixei meus sentimentos fluírem ao longo da trama. E vim derramar nas linhas invisíveis do Intitulável tudo o que me fascinou. Recomendo o filme. Mas recomendo muito mais a sensibilidade, o carinho, o afeto, a amizade, o amor.
Após reler as linhas acima já preenchidas fiquei com a sensação que fui exacerbadamente meloso. Os racionalistas que me perdoem. Hoje, foi tempo de morangos para mim. Em outra oportunidade, com o coração mais árido e a mente mais ativa, voltarei para discorrer sobre política e sobre as cruezas da nossa vida real.
Comentários
Um abraço.
UM ABRAÇO
Mais um belo filme. e pq não?! É tempo de morangos.