A noite era agitada. Havia uma enorme multidão em minha volta. Noite de música naquele lugar e eu estava ali. Mas estava, como de costume, sem muito entusiasmo. Absorto em minhas ideias, assustado com algumas formas de expressão, aguardando uma força interna para também utilizar minha linguagem corporal. No meio daquela zoada, daquele show megalomaníaco de luzes, dos safanões e esbarros dos que passavam ou dançavam, eu observei o céu. Sim, inicialmente a intenção foi verificar a possibilidade de chuva. E ela era muito remota. Um gatilho de memória foi acionado em minha mente e de zonas periféricas do meu cérebro aflorou o prazer de olhar o firmamento, costume recorrente de minha infância e adolescência. Logo de súbito, avistei as 3 Marias. Alinhadas como sempre, vistosas e facilmente reconhecidas. Mas eu gostava de procurar coisas mais escondidas. Havia próximo dessas estrelas do Cruzeiro do Sul outras três estrelas aparentemente alinhadas, mas que tinham um brilho muito inferior e por isso não eram tão perceptíveis. Mas eu já as conhecia de longa data e já as chamava de filhote das 3 Marias. Elas piscavam graças às inúmeras explosões ocorridas na superfície delas. Mas para mim era uma forma de expressão delas. E eu entendi como um consolo, como uma mensagem de esperança - a certeza da vitória. Não havia luar. Mas elanão fazia falta naquele momento insígne. Eu havia sido transportado para outra dimensão, mas ninguém ao meu redor via isso e nem poderia entender. A madrugada foi baixando. Os fúlgidos raios do imponente astro rei começaram a aparecer. A noite foi cedendo lugar. A aurora se aproximava. O brilho de minhas queridas estrelas se apagavam. Eu estava de volta a vida cotidiana. Mas estava feliz por ter vivido aquele momento singelo, nostálgico. Rendi-me como sempre a amplidão azul celeste e ao encanto do brilho estrelar. Eu saia daquele lugar de um modo diferente. Mas não por causa do que ali estava. Um novo dia. Uma nova rotina. E no fundo do peito uma saudade fina e gostosa, ansiosa por rever o esplendor da criação divina.
Vivemos em um mundo altamente egoísta. São raras as ações de humanitarismo e solidariedade. Por isso mesmo, elas merecem grande destaque. São poucos os relatos de pessoas que abandonam o seu cotidiano e a sua comodidade para contribuírem para o bem-estar do próximo. A “personalidade da semana” do INTITULÁVEL é uma dessas exceções da sociedade hodierna. Edméia Willians nasceu em Santarém, interior do Pará. Entretanto, sua família migrou para Salvador, na Bahia, onde ela passou a maior parte de sua vida. Aqui ela cresceu, realizou seus estudos, se casou, constitui família e obteve os bacharelados em Pedagogia, Filosofia, Psicologia e Música. A sua vida era normal, como de muitos. Passou a morar no Rio de Janeiro, devido ao emprego de seu marido. Chegou até a morar no Iraque, ainda na época de Sadan, também por motivos profissionais relativos ao seu esposo. Tudo transcorria normalmente até que duas tragédias mudaram a história de sua vida. Em um período muito curto, Edméia perdeu o seu es...
Comentários
O céu e as estrelas causam mesmo grande fascínio em quem observa fixamente. Essa beleza causa uma sensação de paz e revigoração. Já o fiz algumas vezes, embora o meu principal alvo de observação seja a Lua.
Valeu, parceiro!
Abraço!
Guentou até o fim. Bom irmão.rsrsr
Um forte abraço
De fato... olhar as estrelas nos proporciona uma grande paz interior. Quando mais nova, costumava chamar aquelas estrelas pequenas de irmãs da "3 Marias" (rs) e todo dia eu inventava um nome diferente para elas...
Hj não tenho tal prazer .. até mesmo poruqe essa cidade não me deixa fazer isso(ta sempree parecendo q vai chover).
Parabéns pelo texto!