A possibilidade da candidatura da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já abre uma discussão mais acirrada sobre o desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade é um tema muito difundido atualmente, mas ainda pouco praticado. Ela está apoiada no tripé: economia, meio ambiente e sociedade. Entretanto, somente a sociedade tem o poder de fazer a sustentabilidade tornar-se real e cotidiana. Mas para isso ocorrer, é necessário primordialmente uma revolução na educação, tema bastante discutido na candidatura de Cristovam Buarque para a Presidência da República, na última eleição. O tema obviamente não se esgota, até porque o sistema educacional brasileiro continua falido e ineficaz. Vejamos então os principais problemas que o próximo presidente precisará solucionar.
A evasão é sem dúvida um dos grandes empecilhos para a educação brasileira. Mais de 20% dos alunos desistem dos estudos no 1º ano do Ensino Médio. A escola não tem conseguido desempenhar a tarefa de seduzir os alunos. A falta de interesse é quase sempre o motivo apontado pelos alunos para abandonar os estudos. O outro fator preponderante é a necessidade de trabalhar para ajudar na renda familiar. A solução passa pela qualidade do ambiente escolar, pela qualificação dos profissionais que nela atuam e pela adoção de programas sociais, que possam fornecer bolsas a alunos carentes. Se o jovem tiver qualidade de vida no seu lar e a escola tornar-se um local atraente, possivelmente a evasão deixará, aos poucos, de ser um entrave educacional.
O jovem brasileiro estuda primordialmente para um único objetivo: passar no vestibular. Por isso, os colégios ensinam o que os conteúdos programáticos dos editais de vestibulares pedem. Há uma sobrecarga de assuntos das mais variadas espécies. O aluno vive pressionado pelo fantasma do vestibular. As concorrências são enormes. O aluno de colégio particular, excluído das cotas, luta com uma concorrência maior e mais qualificada. Por isso, estudam até cerca de 12 horas por dia. Os estudantes das instituições públicas têm uma maior defasagem no conteúdo visto. Nos colégios estaduais não há, normalmente, uma biblioteca qualificada, que possa ser útil ao aprendizado e ao crescimento dos jovens. O novo Enem é uma tentativa de atenuar a valorização de conteúdos inúteis, entretanto os efeitos ainda são inócuos. Existe a ideia de utilizar a interdisciplinariedade, mas ela quase não saiu do papel ainda. Talvez a direção que está sendo tomada seja correta, falta apenas colocar o pé no acelerador.
O ambiente escolar é familiar para muitos. Lá, os adolescentes fazem laços de amizades e constroem relacionamentos que, invariavelmente, duram a vida toda. O reduto escolar tem essa importante função de sociabilizar as pessoas. Entretanto, existem algumas barreiras. O ambiente nem sempre é salutar. O tempo no colégio é praticamente limitado às aulas; faltam atividades extra-curriculares. Há um enorme abismo entre professores e alunos no que diz respeito à comunicação. Os bons professores para os alunos não são os que mais sabem a matéria lecionada, mas os que conseguem explicar de maneira agradável o conteúdo. Políticas educacionais de inclusão social, de formação profisional, de trabalhos artísticos e de interação escola-comunidade podem ser alternativas para trazer paz ao convívio social da escola.
Os garotos crescem ouvindo que quem não estuda não vai ser ninguém na vida. Então, eles estudam. Mas perto de encerrar suas atividades no Ensino Médio, eles sequer tem ideia do que querem ser na vida. O vestibular iminente os obriga a escolher uma carreira profissional a seguir. Nem sempre essa decisão é bem fundamentada. Há uma necessidade de orientação vocacional para os jovens. Isso, com certeza, contribuirá para a diminuir a evasão nos cursos universitários. Os jovens precisam conhecer as diversas possibilidades de mercado, conhecer seus dons e aptidões, para depois tomarem sua decisão. É preciso também haver uma valorização dos cursos técnicos. O jovem precisa saber que para crescer profissionalmente ele pode fazer um curso superior ou um técnico. O papel do governo é disseminar políticas de cooperação que ajudem os alunos a realizar a difícil tarefa de escolher uma profissão.
Existe uma carência de estrutura física nos colégios de todo o país. Cerca de 39 milhões de alunos estudam em escolas sem laboratório de ciências. Onde eles existem, normalmente não funcionam por falta de profissionais qualificados e de materiais adequados. Matérias como física, química e biologia são desagradáveis, pois são ensinadas apenas com livros e fórmulas. Daí, talvez, a razão da enorme reprovação nessas disciplinas. O investimento na estrutura é necessário, mas investir no professor é ainda bem mais rentável. Um professor que seja bem remunerado e tenha tempo para preparar suas aulas, mesmo sem laboratórios e aparelhos adequados, conseguirá com criatividade ministrar aulas interessantes e levar a turma ao aprendizado da ciência.
Os desafios são enormes. O sucessor de Lula terá talvez os mesmos problemas educacionais de cerca de 10 anos atrás. Pouca coisa se avançou. Infelizmente, a educação sempre foi posta nesse país em segundo plano. É necessário uma mudança da visão imediatista de governar. A educação precisa ser valorizada, pois somente através dela, um país pode alcançar o progresso, a sustentabilidade, a civilidade, o desenvolvimento social e a verdadeira democracia.
A evasão é sem dúvida um dos grandes empecilhos para a educação brasileira. Mais de 20% dos alunos desistem dos estudos no 1º ano do Ensino Médio. A escola não tem conseguido desempenhar a tarefa de seduzir os alunos. A falta de interesse é quase sempre o motivo apontado pelos alunos para abandonar os estudos. O outro fator preponderante é a necessidade de trabalhar para ajudar na renda familiar. A solução passa pela qualidade do ambiente escolar, pela qualificação dos profissionais que nela atuam e pela adoção de programas sociais, que possam fornecer bolsas a alunos carentes. Se o jovem tiver qualidade de vida no seu lar e a escola tornar-se um local atraente, possivelmente a evasão deixará, aos poucos, de ser um entrave educacional.
O jovem brasileiro estuda primordialmente para um único objetivo: passar no vestibular. Por isso, os colégios ensinam o que os conteúdos programáticos dos editais de vestibulares pedem. Há uma sobrecarga de assuntos das mais variadas espécies. O aluno vive pressionado pelo fantasma do vestibular. As concorrências são enormes. O aluno de colégio particular, excluído das cotas, luta com uma concorrência maior e mais qualificada. Por isso, estudam até cerca de 12 horas por dia. Os estudantes das instituições públicas têm uma maior defasagem no conteúdo visto. Nos colégios estaduais não há, normalmente, uma biblioteca qualificada, que possa ser útil ao aprendizado e ao crescimento dos jovens. O novo Enem é uma tentativa de atenuar a valorização de conteúdos inúteis, entretanto os efeitos ainda são inócuos. Existe a ideia de utilizar a interdisciplinariedade, mas ela quase não saiu do papel ainda. Talvez a direção que está sendo tomada seja correta, falta apenas colocar o pé no acelerador.
O ambiente escolar é familiar para muitos. Lá, os adolescentes fazem laços de amizades e constroem relacionamentos que, invariavelmente, duram a vida toda. O reduto escolar tem essa importante função de sociabilizar as pessoas. Entretanto, existem algumas barreiras. O ambiente nem sempre é salutar. O tempo no colégio é praticamente limitado às aulas; faltam atividades extra-curriculares. Há um enorme abismo entre professores e alunos no que diz respeito à comunicação. Os bons professores para os alunos não são os que mais sabem a matéria lecionada, mas os que conseguem explicar de maneira agradável o conteúdo. Políticas educacionais de inclusão social, de formação profisional, de trabalhos artísticos e de interação escola-comunidade podem ser alternativas para trazer paz ao convívio social da escola.
Os garotos crescem ouvindo que quem não estuda não vai ser ninguém na vida. Então, eles estudam. Mas perto de encerrar suas atividades no Ensino Médio, eles sequer tem ideia do que querem ser na vida. O vestibular iminente os obriga a escolher uma carreira profissional a seguir. Nem sempre essa decisão é bem fundamentada. Há uma necessidade de orientação vocacional para os jovens. Isso, com certeza, contribuirá para a diminuir a evasão nos cursos universitários. Os jovens precisam conhecer as diversas possibilidades de mercado, conhecer seus dons e aptidões, para depois tomarem sua decisão. É preciso também haver uma valorização dos cursos técnicos. O jovem precisa saber que para crescer profissionalmente ele pode fazer um curso superior ou um técnico. O papel do governo é disseminar políticas de cooperação que ajudem os alunos a realizar a difícil tarefa de escolher uma profissão.
Existe uma carência de estrutura física nos colégios de todo o país. Cerca de 39 milhões de alunos estudam em escolas sem laboratório de ciências. Onde eles existem, normalmente não funcionam por falta de profissionais qualificados e de materiais adequados. Matérias como física, química e biologia são desagradáveis, pois são ensinadas apenas com livros e fórmulas. Daí, talvez, a razão da enorme reprovação nessas disciplinas. O investimento na estrutura é necessário, mas investir no professor é ainda bem mais rentável. Um professor que seja bem remunerado e tenha tempo para preparar suas aulas, mesmo sem laboratórios e aparelhos adequados, conseguirá com criatividade ministrar aulas interessantes e levar a turma ao aprendizado da ciência.
Os desafios são enormes. O sucessor de Lula terá talvez os mesmos problemas educacionais de cerca de 10 anos atrás. Pouca coisa se avançou. Infelizmente, a educação sempre foi posta nesse país em segundo plano. É necessário uma mudança da visão imediatista de governar. A educação precisa ser valorizada, pois somente através dela, um país pode alcançar o progresso, a sustentabilidade, a civilidade, o desenvolvimento social e a verdadeira democracia.
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RF