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FIM DE JULHO

Os trinta e um dias deste mês acabam hoje. Foi tudo muito corrido. Me faltou tempo e saúde física para dar atenção ao INTITULÁVEL. Mesmo assim, decidi encerrar as postagens desse mês falando sobre este último dia. Durante os trinta dias anteriores tive inúmeras ideias para escrever. Algumas ainda estão na cabeça. Outras desapareceram. Teve uma também que foi escrita, mas não postada; ela foi vetada. Mas eu não desanimei. Não consigo digitar caundo.blogspot.com na barra de endereços do meu navegador e ver surgir na página um texto já lido, ultrapassado e até não comentado. Fico com aquela ânsia de colocar coisas novas, de fazer valer a minha criatividade e de colocar à prova meus dotes intelectuais. Mas a ansiedade, normalmente, se constitui em empecilho para a expressão do conhecimento. Já andei bastante hoje, de banco em banco, pagando contas. E que inferno estava o Banco do Brasil. Dia de pagamento dos aposentados e servidores públicos do estado. Uma loucura só. A fila era quilométrica. Eu, que não sou bobo, estava munido de uma revista semanal de informações, me atualizando. Aliás, lendo sobre algo que já saturei de ler: sobre Sarney. Já está na hora de acabar essa palhaçada nacional. A imprensa martiriza, mas não leva o povo a tomar nenhuma posição e nem tem poder de fazer nada contra os políticos. O máximo que pode acontecer é ele renunciar. Aí os ânimos se acalmam, a imprensa acha outros escândalos em outros lugares e tudo volta à vida normal. Isso é Brasil! Com ACM foi assim. Com qualquer coronel sempre vai ser assim, não é à toa que Collor voltou à política e faz parte da corja que habita o Senado. Cansei!!! Por essas razões e outras evitei escrever sobre a podridão dos Sarneys e de nossos senadores. Mas eis que o clima mudou no banco. Um senhora causou uma maior confusão. Uma zoada danada. Briga de idosos. Uma agonia só. E a minha vez não chegava. Já tinha quase uma hora na fila. Lembrei da lei dos quinze minutos que tentaram impalntar: uma piada. Continuam fazendo o que querem com o consumidor brasileiro: deitam e rolam. Eis que chegou minha vez. Entreguei a papelada e o dinheiro. O escriturário, jovem e provavelmente recém contratado, me disse que parecia que o sistema estava caindo e... caiu! Não dá para acreditar: parece perseguição. Mas não era não, pois o cara que estava sendo atendido no caixa ao lado também pensou isso. A tecnologia, que tanto nos impressiona e nos ajuda, nos dominou. Ficamos reféns. Outro dia desses, nesse mesmo mês de julho, a biblioteca da universidade não estava realizando empréstimos porque o sistema havia caído. Incrivelmente, não há um sistema alternativo. E pensar que desde os povos antigos já havia biblioteca. Mas o mundo digital deslumbra! E se um dia acabar a energia elétrica? E no dia das panes totais? Vamos simplesmente ficar inertes e assistir ao caos sem nada poder fazer. É o que sinto quando dirijo no trânsito de Salvador e passo por inúmeras sinaleiras defeituosas, apagadas ou danificadas. É um descaso total. Quando emergi de minhas elucubrações, o sistema já havia voltado e meu pagamento já estava feito. Fui para casa e aproveitei uma nesga de tempo em frente ao computador conectado à rede mundial para selar o mês de julho com mais uma crônica pessoal. Oxalá agosto seja mais produtivo e menos desgastante.

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