Já não restam mais dúvidas de que a candidata à sucessão do presidente Lula, pelo PT, será a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. O próprio Lula já admitiu, há algumas semanas, a sua escolha por essa mineira de 61 anos ao cargo mais importante do País. A escolha, entretanto, recebera questionamentos de todas as partes, antes mesmo de o seu anúncio oficial vir à tona. E, até hoje, ainda está no ar uma forte incerteza sobre o sucesso de seu apadrinhamento: nesse que é o primeiro risco em relação à ministra, suspeita-se que ela não tenha a simpatia e o engajamento necessários para desbancar o candidato da oposição.
O fato é que Lula, sustentado por um recorde de aprovação nacional, é a voz central do PT. A sua indicação fez com que as prévias - eleições internas utilizadas historicamente pelo partido para, democraticamente, escolher um candidato - fossem preteridas e um único nome, o de Dilma, ganhasse sustentação. A centralização é tão forte que algumas vozes internas do partido, que outrora eram contra o nome da pré-candidata, já se calaram e, com isso, ajudaram o PT a despontar como o único partido político que já dispõe de um nome consumado para o próximo pleito, a ser realizado em outubro de 2010.
Lula já não consegue esconder o seu desejo inviolável em retornar à presidência, em 2014. Inteligentemente, ele sabe que, para isso, necessita de alguém capaz de assumir o seu cargo em 2010 e de sair - passiva e coniventemente - quatro anos depois, dando-lhe a vez novamente. E, para cumprir tal acordo, ninguém seria melhor do que Dilma: a ministra não dispõe - ainda - de forte adesão popular e seria a protagonista perfeita para um enredo tocante, cujo clímax seria uma amigável transferência de votos entre colegas que, desde a época de muita resistência à ditadura militar aos dias mais recentes, empunham as mesmas bandeiras.
Mas a mesma Dilma, que há pouco era classificada como uma mulher "durona" e que hoje, sob os efeitos de uma forte transformação, já se configura numa espécie de "Dilminha paz e amor", pode representar, num futuro próximo, um sério risco às reais pretensões do atual presidente. Dilma tem na quimioterapia à qual é submetida e no fato inédito que a envolve como a primeira mulher a tornar-se presidente do Brasil, pontos que podem lhe jogar sobre os braços do povo e tornar o processo de volta - o retorno de Lula à presidência - mais difícil, sobretudo nas preferências internas do partido. Afinal, serão por quatro anos que o rosto e os sorrisos de Dilma estarão à frente de grandes obras e de grandes decisões, enquanto Lula estaria mais distante dos holofotes, num menos abastado cargo público qualquer.
Os elogios exagerados de Lula à sua afilhada política são, nesse momento, mais do que fundamentais: as suas palavras exercem forte influência sobre uma população hoje melhor assistida pelo governo e lhe credenciam como o único capaz de alavancar a candidatura de Dilma e ajudá-la a ultrapassar o forte pré-candidato da oposição José Serra (PSDB). Lula e a sua equipe de marketing já aproveitam todos os palanques possíveis para dar destaque a Dilma, com igual ou maior importância que o ex-metalúrgico. E as chances da ministra são reais: as pesquisas mais recentes já apontam o seu crescimento, em diferentes cidades do País.
O fato é que Lula, sustentado por um recorde de aprovação nacional, é a voz central do PT. A sua indicação fez com que as prévias - eleições internas utilizadas historicamente pelo partido para, democraticamente, escolher um candidato - fossem preteridas e um único nome, o de Dilma, ganhasse sustentação. A centralização é tão forte que algumas vozes internas do partido, que outrora eram contra o nome da pré-candidata, já se calaram e, com isso, ajudaram o PT a despontar como o único partido político que já dispõe de um nome consumado para o próximo pleito, a ser realizado em outubro de 2010.
Lula já não consegue esconder o seu desejo inviolável em retornar à presidência, em 2014. Inteligentemente, ele sabe que, para isso, necessita de alguém capaz de assumir o seu cargo em 2010 e de sair - passiva e coniventemente - quatro anos depois, dando-lhe a vez novamente. E, para cumprir tal acordo, ninguém seria melhor do que Dilma: a ministra não dispõe - ainda - de forte adesão popular e seria a protagonista perfeita para um enredo tocante, cujo clímax seria uma amigável transferência de votos entre colegas que, desde a época de muita resistência à ditadura militar aos dias mais recentes, empunham as mesmas bandeiras.
Mas a mesma Dilma, que há pouco era classificada como uma mulher "durona" e que hoje, sob os efeitos de uma forte transformação, já se configura numa espécie de "Dilminha paz e amor", pode representar, num futuro próximo, um sério risco às reais pretensões do atual presidente. Dilma tem na quimioterapia à qual é submetida e no fato inédito que a envolve como a primeira mulher a tornar-se presidente do Brasil, pontos que podem lhe jogar sobre os braços do povo e tornar o processo de volta - o retorno de Lula à presidência - mais difícil, sobretudo nas preferências internas do partido. Afinal, serão por quatro anos que o rosto e os sorrisos de Dilma estarão à frente de grandes obras e de grandes decisões, enquanto Lula estaria mais distante dos holofotes, num menos abastado cargo público qualquer.
Os elogios exagerados de Lula à sua afilhada política são, nesse momento, mais do que fundamentais: as suas palavras exercem forte influência sobre uma população hoje melhor assistida pelo governo e lhe credenciam como o único capaz de alavancar a candidatura de Dilma e ajudá-la a ultrapassar o forte pré-candidato da oposição José Serra (PSDB). Lula e a sua equipe de marketing já aproveitam todos os palanques possíveis para dar destaque a Dilma, com igual ou maior importância que o ex-metalúrgico. E as chances da ministra são reais: as pesquisas mais recentes já apontam o seu crescimento, em diferentes cidades do País.
A candidatura de Dilma ainda é vista com muito ceticismo por muitos estudiosos da política nacional. Mas, quando as magias da publicidade entrarem efetivamente em campo, o crescimento vertiginoso do número de adeptos à sua campanha eleitoral poderá causar espanto. E a magia poderá até se estender no tempo. Por uns oito anos, talvez.
RF
RF
Comentários
Os textos sobre política ajudam e muito àqueles que são leigos.
Abraço
Concordo com o Adson, "quando o assunto é política..." Para falar a verdade não gosto muito de expor minha opinião sobre este assunto mas, tenho que confessar que ter uma mulher na presidência além de um "avanço" no Brasil, será também um 'novo horizonte' para nós brasileiros. Porque mulher tem mais jeito, mais tato por assim dizer para lidar com situações complicadas e bom, OITO ANOS está de bom tamanho! Já passou da hora de mudar.
Parabéns mais uma vez pelo texto.
Um forte abraço