Estudamos-nos, eu e esta página, antes de nascer esse texto. Eu a olhava com os olhos e a mente fatigados: a rotina de trabalho me exigira muito no dia anterior. Ela parecia me dizer, em meio ao seu corpo branco ainda incólume, que as palavras não surgiriam do nada e que eu precisaria criar um texto. Era um convite. Um desafio. Fazia-me lembrar que, há quase dois meses já não mais contribuía com o blog. Ela venceu. Sentei-me, então, a buscar inspiração e força para escrever.
A página e os leitores talvez não me entendam, mas havia, por durante todo esse tempo em que estive ausente do blog, uma necessidade de ponderação. O ato de ponderar que, aliás, já fora tão bem discutido outrora nesta mesma página. Li e reli alguns textos de diversos autores. Busquei um pouco de conhecimento e decidi escrever.
Assim como dizer-se humilde é uma grande hipocrisia – e talvez a maior -, empunhar uma bandeira partidária também o é. Há muita contradição entre o que fazemos e o que defendemos - ou dizemos defender. Digo isso por que o nosso comportamento diante da onda capitalista e da sua necessidade pujante por fazer-nos consumir em demasia, põe em xeque os ideais comunistas que são, muitas vezes, carregados em nossos peitos, quando vestimos uma camisa de Ernesto Che Guevara, por exemplo. O contrário – assumir-se como direitista liberal, economicamente falando – é auto-explicativo e é um tipo de hipocrisia que não merece espaço. Não neste texto.
O comunismo tornou-se uma utopia temperada com uma grande medida de hipocrisia: no íntimo, não o queremos. A idéia de equacionar recursos, serviços e lazer na mesma medida para todos é bonita, quando vista de longe, apenas. O romantismo se desfaz quando nos damos conta de que aderir ao comunismo seria renunciar aos “carros do ano”, às grandes grifes e às grandes marcas, de um modo geral. Não haveria diferenciação. O prazer em “ter” deixaria de existir. Assim como ele - o comunismo - está prestes a deixar de existir aqui, nas Américas.
Não há apelo mais sagaz, para a derrocada comunista, que o fim do embargo a Cuba. Os americanos assumem, em primeiro lugar, a autoria deste lobby. E com Fidel no leito a convalescer-se eternamente, Raúl, seu irmão, não hesitará em ceder aos paparicos de Obama. Restar-nos-á, apenas, assistir a Chávez e a Evo ensaiarem os seus falsos “passos de esquerda” por aqui. Simbolicamente, o mundo perderá com a queda do último país legitimamente comunista. Para Miguel Falabella, “a intolerância humana vem junto com os anticorpos”. A hipocrisia também.
RF
A página e os leitores talvez não me entendam, mas havia, por durante todo esse tempo em que estive ausente do blog, uma necessidade de ponderação. O ato de ponderar que, aliás, já fora tão bem discutido outrora nesta mesma página. Li e reli alguns textos de diversos autores. Busquei um pouco de conhecimento e decidi escrever.
Assim como dizer-se humilde é uma grande hipocrisia – e talvez a maior -, empunhar uma bandeira partidária também o é. Há muita contradição entre o que fazemos e o que defendemos - ou dizemos defender. Digo isso por que o nosso comportamento diante da onda capitalista e da sua necessidade pujante por fazer-nos consumir em demasia, põe em xeque os ideais comunistas que são, muitas vezes, carregados em nossos peitos, quando vestimos uma camisa de Ernesto Che Guevara, por exemplo. O contrário – assumir-se como direitista liberal, economicamente falando – é auto-explicativo e é um tipo de hipocrisia que não merece espaço. Não neste texto.
O comunismo tornou-se uma utopia temperada com uma grande medida de hipocrisia: no íntimo, não o queremos. A idéia de equacionar recursos, serviços e lazer na mesma medida para todos é bonita, quando vista de longe, apenas. O romantismo se desfaz quando nos damos conta de que aderir ao comunismo seria renunciar aos “carros do ano”, às grandes grifes e às grandes marcas, de um modo geral. Não haveria diferenciação. O prazer em “ter” deixaria de existir. Assim como ele - o comunismo - está prestes a deixar de existir aqui, nas Américas.
Não há apelo mais sagaz, para a derrocada comunista, que o fim do embargo a Cuba. Os americanos assumem, em primeiro lugar, a autoria deste lobby. E com Fidel no leito a convalescer-se eternamente, Raúl, seu irmão, não hesitará em ceder aos paparicos de Obama. Restar-nos-á, apenas, assistir a Chávez e a Evo ensaiarem os seus falsos “passos de esquerda” por aqui. Simbolicamente, o mundo perderá com a queda do último país legitimamente comunista. Para Miguel Falabella, “a intolerância humana vem junto com os anticorpos”. A hipocrisia também.
RF
Comentários
Um forte abraço...
Tiago França