Levei 336 dias à sua espera. Acaba de chegar um dos meses mais importantes e apaixonantes do ano. Talvez o segundo ou o terceiro: dezembro é sempre muito atraente por causa das festividades e das projeções realizadas por todos os homens quando o ano seguinte já começa a ganhar corpo; e janeiro por causa da esperança por um mundo melhor e da ligeira sensação de renovação espiritual e psicológica. Mas, na verdade, o mês de novembro dispensa comparações: é o mês ideal para avaliar os sucessos e/ou insucessos na vida profissional e/ou acadêmica e é o mês que traz à tona o resultado dos amores ardentes de fevereiro.
Em 2001, Pat O’Connor dirigiu – com maestria – a regravação de um dos filmes mais elogiados pela crítica na época – a sua primeira versão chegou às telas de cinema em 1968: “Sweet November” (Doce Novembro). O drama, estrelado por Keanu Reeves (Nelson Moss) e Charlize Theron (Sara Deever), revela uma história de um amor incomum, interpretada por atores de forte integração e alimentada por um foco romântico importantíssimo para a caracterização do romance. Esta história de um atarefado executivo que se apaixona por uma jovem e lhe propõe um namoro de apenas um mês e que, posteriormente, passa a viver sob a inevitável tentação de quebrar a promessa, acaba de me jogar de volta às recordações dos últimos novembros que vivi.
Eu, levado pelas lembranças mais recentes, me senti protagonista do filme ao encontrar-me perdido com a minha namorada pelos cenários da bela cidade em que vivo, durante o mês em questão. Íamos a pé e de mãos dadas pelas ruas quase desertas, com ela a me contar histórias da época da sua inusitada adolescência e a sorrir docemente a cada declaração apaixonada que escapava livremente da minha boca e eu – com os olhos quase fixados em seu corpo - a cultuá-la deliberadamente. Envolvido pelo emaranhado das inéditas sensações que o momento me proporcionava – mesmo depois de alguns meses de namoro – encontrei nela, desde os nossos primeiros passos quase sem destino, novas feições e colorações que somente o mês de novembro – logo concluí – seria capaz de revesti-la com inigualável magnitude. Ela – silenciosa e instintivamente - acabava de me fazer um desafio: como suportar a sua doce companhia e não me atentar contra o pudor existente numa sociedade civilizada?
O silêncio que sucedeu à pergunta acima serve também para acalmar os ânimos. O forte calor – típico do décimo primeiro mês do ano – me impediu de continuar a descrever uma das cenas mais felizes da minha vida. Como de costume, ontem comemorei a chegada deste mês que sempre me trouxe grandes alegrias e já passei a buscar no meu amor - como quem procura a nova fantasia que a época mais mágica do ano reservou para nós – os místicos vestígios de uma incomensurável paixão. A cada novo encontro, uma nova descoberta. Já me flagrei - em apenas dois dias - envolto e irremediavelmente entregue a toda a sua magia.
Acompanhado da indicação – para quem ainda não viu – do filme citado no texto, deixo registrada a transcrição de um convite feito por uma época cheia de realizações: “notar o sol, a natureza e a vida é como encarnar “Nelsons” e “Saras” e buscar as nossas loucuras particulares há muito adormecidas e solidificá-las por durante estes trinta dias”. Sejam, portanto, bem vindos a mais um doce mês de novembro.
Em 2001, Pat O’Connor dirigiu – com maestria – a regravação de um dos filmes mais elogiados pela crítica na época – a sua primeira versão chegou às telas de cinema em 1968: “Sweet November” (Doce Novembro). O drama, estrelado por Keanu Reeves (Nelson Moss) e Charlize Theron (Sara Deever), revela uma história de um amor incomum, interpretada por atores de forte integração e alimentada por um foco romântico importantíssimo para a caracterização do romance. Esta história de um atarefado executivo que se apaixona por uma jovem e lhe propõe um namoro de apenas um mês e que, posteriormente, passa a viver sob a inevitável tentação de quebrar a promessa, acaba de me jogar de volta às recordações dos últimos novembros que vivi.
Eu, levado pelas lembranças mais recentes, me senti protagonista do filme ao encontrar-me perdido com a minha namorada pelos cenários da bela cidade em que vivo, durante o mês em questão. Íamos a pé e de mãos dadas pelas ruas quase desertas, com ela a me contar histórias da época da sua inusitada adolescência e a sorrir docemente a cada declaração apaixonada que escapava livremente da minha boca e eu – com os olhos quase fixados em seu corpo - a cultuá-la deliberadamente. Envolvido pelo emaranhado das inéditas sensações que o momento me proporcionava – mesmo depois de alguns meses de namoro – encontrei nela, desde os nossos primeiros passos quase sem destino, novas feições e colorações que somente o mês de novembro – logo concluí – seria capaz de revesti-la com inigualável magnitude. Ela – silenciosa e instintivamente - acabava de me fazer um desafio: como suportar a sua doce companhia e não me atentar contra o pudor existente numa sociedade civilizada?
O silêncio que sucedeu à pergunta acima serve também para acalmar os ânimos. O forte calor – típico do décimo primeiro mês do ano – me impediu de continuar a descrever uma das cenas mais felizes da minha vida. Como de costume, ontem comemorei a chegada deste mês que sempre me trouxe grandes alegrias e já passei a buscar no meu amor - como quem procura a nova fantasia que a época mais mágica do ano reservou para nós – os místicos vestígios de uma incomensurável paixão. A cada novo encontro, uma nova descoberta. Já me flagrei - em apenas dois dias - envolto e irremediavelmente entregue a toda a sua magia.
Acompanhado da indicação – para quem ainda não viu – do filme citado no texto, deixo registrada a transcrição de um convite feito por uma época cheia de realizações: “notar o sol, a natureza e a vida é como encarnar “Nelsons” e “Saras” e buscar as nossas loucuras particulares há muito adormecidas e solidificá-las por durante estes trinta dias”. Sejam, portanto, bem vindos a mais um doce mês de novembro.
RF
Comentários
Gabriela Farias
RF
Mais um belo texto do meu irmão, que não cansa de nos prestigiar com sua agradabilíssima escrita.
Um ótimo novembro para todos nós.
Gabriela farias
Concordo sim... novembro é melhor mês do ano..rs
Parabéns pelo texto, continue assim velho.