Um novo dia. Uma nova vida. O mundo ganhava nova conotação para Júlia, quando de dentro dela brotou o inebriante vermelho fugaz. Fugindo a regra do mundo contemporâneo, ela não era precoce. A puberdade a tornou mulher aos 15 anos. Bem verdade, que nessa altura da vida, muitas garotas-mulheres já são mães. Ana Júlia era especial. A sua precocidade não estava na liberação dos óvulos, mas na exalação da maturidade. Antes mesmo de ser mulher feita por fora, ela já o era por dentro. Sempre foi uma garota batalhadora. Vivera os seus três primeiros anos de adolescência na mais tenra colaboração com seus pais. A menarca não iria alterar esse quadro. O caráter de Júlia estava em fase final de burilação.
A mãe de Júlia foi, evidentemente, a primeira pessoa para quem ela contou o seu momento de transformação física. O seu corpo estava efervescente, tal como seu gênio, tal como a sua alma. Ela era amiga íntima de sua mãe. Sempre foi assim, primeiro “mainha”, depois as colegas ou amigas. Uma relação de extrema confiança. Sua mãe, liturgicamente, agradeceu a Deus pela dádiva de tornar a sua filha em uma mulher, como se isso fosse a coisa mais fantástica do mundo. Mas não é? Quem pode tornar seu próprio filho em homem ou mulher?
Com seu pai, a relação era mais complicada. Não que fosse ruim, pois ele era o paizão querido. Mas sempre havia um pouco de receio de Ana nas conversas com seu pai e ela ponderava todas as suas palavras. Obviamente, ele ficou sabendo do ocorrido, mas pela boca da mãe de Júlia. Em seu íntimo, ele sentia que perdia sua filhinha querida. Mas achava o quê? Que iria prendê-la em seus braços para sempre? Ana Júlia iria ser livre. Mas aquela menininha, tão pequenininha, que nasceu prematuramente e que por um milagre vingou, não estava preparada para o mundo. Assim pensava ele. Assim pensam quase todos os pais que amam verdadeiramente as suas filhas.
Ana Júlia estava mais formosa. E a sua beleza estava saliente, justamente porque ela sabia que estava linda. Era modesta, mas não podia negar a sua aparência física. Um rostinho lindo de encantar qualquer adolescente. Olhinhos apertados suavemente que encantavam devido ao brilho límpido da íris acastanhada. Nariz levemente arrebitado. Lábios pouco carnudos, mas muito meigos. Ela era realmente deslumbrante. E naquele dia ela estava se sentindo muito mais. Ser mulher é ser linda! As feias não são mulheres? Não existem feias, apenas mulheres cegas pela inveja, ambição e vaidade doentia, que não conseguem enxergar a própria beleza. Ana se via muito bem! E obviamente não era só ela que se via bem. Outros já estavam há algum tempo com muito afinco a observando. Mas ainda não é tempo de contar esta história. O pai de Ana pode não gostar e punir-me. Melhor deixar a mente viajar noutros campos, assim como navegam agora os pensamentos de Júlia.
A mãe de Júlia foi, evidentemente, a primeira pessoa para quem ela contou o seu momento de transformação física. O seu corpo estava efervescente, tal como seu gênio, tal como a sua alma. Ela era amiga íntima de sua mãe. Sempre foi assim, primeiro “mainha”, depois as colegas ou amigas. Uma relação de extrema confiança. Sua mãe, liturgicamente, agradeceu a Deus pela dádiva de tornar a sua filha em uma mulher, como se isso fosse a coisa mais fantástica do mundo. Mas não é? Quem pode tornar seu próprio filho em homem ou mulher?
Com seu pai, a relação era mais complicada. Não que fosse ruim, pois ele era o paizão querido. Mas sempre havia um pouco de receio de Ana nas conversas com seu pai e ela ponderava todas as suas palavras. Obviamente, ele ficou sabendo do ocorrido, mas pela boca da mãe de Júlia. Em seu íntimo, ele sentia que perdia sua filhinha querida. Mas achava o quê? Que iria prendê-la em seus braços para sempre? Ana Júlia iria ser livre. Mas aquela menininha, tão pequenininha, que nasceu prematuramente e que por um milagre vingou, não estava preparada para o mundo. Assim pensava ele. Assim pensam quase todos os pais que amam verdadeiramente as suas filhas.
Ana Júlia estava mais formosa. E a sua beleza estava saliente, justamente porque ela sabia que estava linda. Era modesta, mas não podia negar a sua aparência física. Um rostinho lindo de encantar qualquer adolescente. Olhinhos apertados suavemente que encantavam devido ao brilho límpido da íris acastanhada. Nariz levemente arrebitado. Lábios pouco carnudos, mas muito meigos. Ela era realmente deslumbrante. E naquele dia ela estava se sentindo muito mais. Ser mulher é ser linda! As feias não são mulheres? Não existem feias, apenas mulheres cegas pela inveja, ambição e vaidade doentia, que não conseguem enxergar a própria beleza. Ana se via muito bem! E obviamente não era só ela que se via bem. Outros já estavam há algum tempo com muito afinco a observando. Mas ainda não é tempo de contar esta história. O pai de Ana pode não gostar e punir-me. Melhor deixar a mente viajar noutros campos, assim como navegam agora os pensamentos de Júlia.
Comentários
Um abraço, primo!
[to be continued]
Gabriela Farias
Agradaço por ter me escolhido como musa inspiradora... [kkkk]
Momento de seriedade: A ousadia em escrever, pelo menos inicialmente, sobre um universo tão feminino me parece para vc ser um desafio. Mas parabéns pela escolha do texto e pela introdução do conto. Mais uma vez, uma belo belo trabalho de um dos blogueiros mais inteligentes do mundo "blogger".
Gabriela Farias
RF
ABRAÇOS A TODOS