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Até quando iremos?

Desde cedo aprendemos a vencer na vida, mesmo que involuntariamente, se lembrarmos da época em que possuíamos tamanho insignificante e que ainda nem éramos considerados seres. É verdade, somos vencedores desde o início. Vencemos uma corrida maluca, onde não sabíamos sequer o caminho, porém a vontade de vir ao mundo foi maior em nós.
As dificuldades da vida não acabam em momento algum. O espermatozóide que venceu a corrida tem que estar ainda mais forte para enfrentar um mundo complicado lá fora. Nasce o bebê, emitindo inexplicáveis sons, choro de alegria ou tristeza. Na verdade não importa, pois o essencial é que já pode ser visto, tocado e sentido por todos. Acontece que vivemos em constante evolução, onde o pequeno se torna mediano e em seguida grande. Todos seguem esse padrão. O padrão da vida. Aquela criança, que antes era fraca e indefesa, agora cresce e vê que o mundo não é composto apenas de risos e festejos. Vê que é preciso algo mais que um simples choro para encarar os problemas. Crescem as perguntas e diminuem as respostas. Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Estamos sozinhos no espaço? Dentre outras clássicas perguntas que ainda perseguem as ex-crianças.
Independentemente da faixa etária a vida nos exige esforço de todos os lados, para que possamos manter o equilíbrio frente às coisas que realmente importam. Onde quero chegar, na realidade, meus caros, é na magnitude dessa palavrinha de quatro letras: vida.
O que podemos chamar de vida? O fato de respirar, andar, falar, gesticular etc.? Isso é pouca coisa para o real sentido que ela tem. A vida é uma dádiva, um presente, uma oportunidade única de se sentir. Diante de tantas catástrofes em nosso mundo, permanecemos aqui, leitores e escritores de um Blog. Tamanha é a nossa insignificância em relação ao Universo, tamanho é o valor da nossa vida. Assassinatos, seqüestros, estupros, essas são as façanhas dos nossos evoluídos colegas da sociedade. População dizimada pela própria população! Tola inteligência!
O triste é ver que aquela força de vencer, que tínhamos no início da nossa existência, está totalmente perdida. Ouvi dizer que “desistir é a coisa mais fácil de fazer”, e eu concordo plenamente com essa lição.
A esperança de dias melhores é mera ilusão. Fato mesmo é que já é hora de acordar, sentir-se vivo de verdade. Apreciar os segundos, curtir os minutos e se deliciar com as horas.
Fica a pergunta: “Até quando iremos?”. Será que viverei ainda 40, 50, ou 60 anos?! Estarei pisando em solo firme até quando meus órgãos permitirem, e me derem ainda a dádiva da vida. Até lá, sigo vivendo, respirando e aproveitando tudo de bom que há. Chegou à hora de nos cuidar, de abrirmos os olhos, de nos preocupar, afinal só temos uma vida. Então faço um pedido: Que ela me permita estar aqui por mais vezes, contribuindo de alguma forma interessante. Eu a valorizo, e você, o que faz com ela?


GF

Comentários

Como toda tiete, eu não poderia deixar de comentar nesse texto escrito por Bieeeel. Apenas pelo fato de ter sido escrito por ele, eu já tinha gostado antes de ler, mas ao apreciar a sua estrutura, a escolha minuciosa das palavras, a ousadia do tema. Tenho que apenas parabenizá -lo pela escrita mnemônica e ratificar que a entrada de Gabriel no blog contribuiu para o enriquecimento pleno do "Caundo".

Gabriela Farias
Rafael França disse…
Guardadas as devidas proporções, vc parece muito com o meu irmão quando escreve. Ih, oh o cara aew... rs... Parabéns pela coragem, parceirinho. Quero apenas sugerir que nos traga - em textos - toda a sua sagacidade jovial para colaborar ainda mais com a diversidade já presente na página mais interessante da internet. Você já se tornou um "blogueiro" emergente em ascensão. um abraço!

RF
Adson Erlo disse…
É... depois de ver que meu parceiro expressou sua opinião,e muito bem... posso dizer que quando tiver pronto, pretendo expor minhas idéias também.
Muito bom texto irmão !
Gabriel França disse…
Valeu aí galera pelo apoio! Pra um iniciante até que eu comecei. Mas ainda estou à espera do comentário ilustre do meu primo Tiago.
Tô ansioso. hehe...

Um abraço!
Anônimo disse…
Para que essa ansiedade rapaz...rsrs... quem sou eu? Eu é que estou estupefato, não apenas pelo seu texto, mas por tudo o que está ocorrendo neste blog.Queria eu ter uma "escrita mnemônica"! A bihh farias não poupou elogios. Nem eu vou poupar. PARABÉNS! A escrita perfeita não é algo que se alcança. Por isso, trate de continuar a escrever, de ler, de demonstrar para nós e para você mesmo todo o seu talento. Adson, também quero ver você escrevendo. Bihhh Faris, o convite está sendo feito mais uma vez! Como promessa é dívida, hoje começa um longo conto que eu e Rafael pretendemos escrever. Talvez ele ainda seja imaturo, ams precisamos começar. Talvez um dia alcançemos a MATURIDADE. Serão curtos capítulos, para não cansar e deixar um gosto de "quero mais". Abraços a todos!!!
Gabriel França disse…
Se eu já estava feliz com os elogios, agora então... precisa nem dizer! hehe. Valeu aê primo, e pode ficar tranqüilo, pois eu vou continuar lendo e treinando a minha escrita.
Um grande abraço a todos!
Sucesso pro 'Intitulável'.
Douglas Mota disse…
Gabriel , cara, sabia que vc era bom com as palavras mas não a este ponto, mostra inteligencia, ousadia, alem de expor com toda propriedade uma verdade poucas vezes ditas pelos futeis programas e revistas eletrônicas!Continue assim meu irmão!!

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