Pular para o conteúdo principal

O derretimento global

Preocupação maior dos ambientalistas de vários países e notícia freqüente nos principais jornais do mundo, o alerta para o aquecimento global mobiliza a humanidade contra supostas ameaças que o fenômeno poderá desencadear. Apesar da necessidade urgente de conter os avanços do efeito estufa – que agravado, tornou-se o principal causador do fenômeno -, o cenário político-econômico mundial está dividido; enquanto alguns países defendem medidas capazes de amenizar a catástrofe, outros, alimentados pelo capitalismo, negligenciam o fato e visam apenas o seu crescimento.
As últimas catástrofes relacionadas a fenômenos climáticos remetem aos olhos dos bilhões de habitantes da terra, imediatamente, a idéia de reação deste planeta às atrocidades cometidas pelos homens. Dentre os principais fatores que colaboram com o efeito estufa, está a expansiva emissão de CO2 (gás carbônico), presente em grandes proporções nas principais metrópoles e oriunda da lucrativa atividade de queimar combustíveis fósseis. Incluem-se também as “inofensivas” flatulências lançadas pelos bovinos – a liberar o inexorável CH4 (gás metano) -; estas, se lançadas em maior proporção já poderiam ter antecipado um provável “fim dos tempos”.
Num acordo proposto para reduzir em até 5,2% a emissão de gases entre 2008 e 2012, o protocolo de Kyoto (Japão), em 1998, viu principalmente nos EUA – país que encabeça a lista dos maiores poluidores do mundo – o desprezo pelo equilíbrio ecológico ante as suas pretensões econômicas, que vê na energia petrolífera um atraente negócio.
A vigorante saída encontrada enquadra-se na bioenergética. Merecem destaque os etanóis brasileiro e americano, advindos da cana-de-açúcar e do milho, respectivamente. Ambos travam uma batalha que já atinge, irremediavelmente, o campo econômico – os EUA acusam o governo brasileiro de principal responsável pela crise de alimentos mais recente, pressionando pelo fim do etanol tupiniquim. Com um surpreendente “braço de ferro”, o Brasil engrossou diante das criticas do tio Sam: manteve a produção do biocombustível, está a estocar toneladas de grãos de arroz e deu às acusações americanas um efeito bumerangue. Prescinde-se ter dois olhos perfeitamente funcionais para enxergar que o grande vilão da história são os EUA: compraram todo o estoque de milho do México, Bolívia e Venezuela e contribuíram, desta forma, para uma desigual distribuição.
Preservar as florestas tropicais e a biodiversidade não somente impede que os ursos polares entrem em extinção – caso ocorra um eventual derretimento das calotas polares no ártico – como evita desastres extremos que põem em risco todas as espécies vivas do planeta. Preservar a integridade do meio ambiente é acima de tudo uma questão educacional; muito mais do que repreender e obrigar países a cumprirem determinadas medidas, deve-se prezar pela formação de uma consciência ambiental. O mundo precisa ainda de mais dez protocolos de Kyoto para, reeducado, conceber que utilizar carros elétricos (entre outras medidas) em lugar das potentes máquinas poluidoras que circulam hoje pelas cidades é muito mais que uma renúncia aos lucros que a indústria petrolífera pode trazer, é uma questão vital.

RF

Comentários

Anônimo disse…
Seu texto tá muito bem escrito... pensei até que estava lendo a Folha de São Paulo...me desculpe a sinceridade, mas achei até que era plágio. Mas sei que você tem potencial. Está cada dia melhor. Quanto ao ecologismo, para o mundo começar a se cuidar, precisamos de duas coisas que são subsequentes. Uma é os EUA com toda a sua arrogância caírem, a outra é o famigerado e devastador capitalismo cair. Não sei se verei isso em minha vida. Então trate de preparar as máscaras e a fugir para lugares bem altos. A casa vai cair!

Postagens mais visitadas deste blog

EDMÉIA WILLIAMS - UM EXEMPLO DE FORÇA E CORAGEM

Vivemos em um mundo altamente egoísta. São raras as ações de humanitarismo e solidariedade. Por isso mesmo, elas merecem grande destaque. São poucos os relatos de pessoas que abandonam o seu cotidiano e a sua comodidade para contribuírem para o bem-estar do próximo. A “personalidade da semana” do INTITULÁVEL é uma dessas exceções da sociedade hodierna. Edméia Willians nasceu em Santarém, interior do Pará. Entretanto, sua família migrou para Salvador, na Bahia, onde ela passou a maior parte de sua vida. Aqui ela cresceu, realizou seus estudos, se casou, constitui família e obteve os bacharelados em Pedagogia, Filosofia, Psicologia e Música. A sua vida era normal, como de muitos. Passou a morar no Rio de Janeiro, devido ao emprego de seu marido. Chegou até a morar no Iraque, ainda na época de Sadan, também por motivos profissionais relativos ao seu esposo. Tudo transcorria normalmente até que duas tragédias mudaram a história de sua vida. Em um período muito curto, Edméia perdeu o seu es...

Eu sou burro

Eu sou burro, mas tão burro, que quem agora me lê acredita que eu sei escrever. E, sendo tão burro e insensato, resolvi falar da minha burrice para receber um elogio contrário ao que condeno sobre mim. Muita burrice mesmo! Escrevendo no Word!   Sendo corrigido pelo traço vermelho de ortografia! Muita estupidez! Eu sou burro, mas tão burro, que... Usei reticências – por não ter outro pensamento para colocar depois da última palavra. Usei travessão para demonstrar que conheço os recursos da língua. Conheço nada! Vi em algum livro e achei bonito. Sou mesmo muito burro! O pior de tudo é que, a essa altura, o leitor já deve estar impaciente, porque deve achar que é soberba minha; hipocrisia barata. Mas eu te pergunto, leitor: esse ponto e vírgula que eu usei acima está empregado corretamente? E mais: é certo o corretor ortográfico do Word sublinhar a minha pergunta, utilizando a cor verde, insinuando que não há concordância em “ponto e vírgula” com “es...

O PODER DO PERDÃO

“...sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros...” Bíblia Sagrada "Compreender tudo, é tudo perdoar." Leon Tolstói Não é comum ao ser humano perdoar. Não é uma tarefa fácil. Compreender o modo de agir do próximo pode ser impossível. Entretanto, todos reconhecem, quer cristãos ou judeus, islamitas ou budistas, católicos ou evangélicos, ateus ou agnósticos, a importância do ato de perdoar. A palavra “perdoar” traz embutida em sua essência semântica a idéia de absolvição. É através do perdão que os seres humanos conseguem aceitar as falhas e conviver bem com as diferenças. No cotidiano, passamos por diversos momentos onde o perdão se faz ou deveria se fazer presente. Desde pequenos, aprendemos a pedir desculpas. E esse ato de educação nos acompanha ao longo da vida. Entretanto, esta boa ação torna-se simplesmente uma praxe, sem o devido entendimento do assunto. O perdão proporciona a abertura dos relacionamentos. Não há casamento estável, ou ...