Rafael França Num impulso, um sujeito driblou um aglomerado de senhoras que tietavam o escritor e disse, com a voz embargada: - O senhor é o maior baiano vivo. O senhor nem imagina a importância que tem para a Bahia. A Bahia te adora mais do que o senhor imagina. Tive vontade de fazer coro para com a sua exortação, mas me calei e observei o mestre lhe sorrir ligeiro, recusar amistosamente os elogios e, como quem se revelasse intimamente tocado pelos comentários, refutar dizendo que, por incrível que pareça, é menos reconhecido em Salvador do que noutras paragens internacionais. Em mais uma tentativa de fazer algum bem ao ego do itaparicano, o cidadão ainda balbuciou alguma coisa, mas cambaleou e, rechaçado pela sua própria emoção, se viu estranhamente a caminhar para trás, devotando ainda a João Ubaldo somente alguns gestos indecifráveis com as duas mãos se movendo pelo ar, quase os mesmos que, minutos mais tarde, eu também não saberia como evitar. Passei um longo perío...
Prazer em ler...