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Mostrando postagens de maio, 2011

Despretensiosidade não existe, mas rima com saudade

                Não quero ser lido; quero e preciso apenas escrever. Escrevo como quem se contorce enquanto chupa um limão para sarar uma gripe. É que começar a escrever um texto despretensioso é trabalhoso, é complicado. Escolher palavras – porque, nessa vida, tudo se vai, menos a vaidade e a mania de grandeza - é talvez a mais espinhosa tarefa, quando se pretende voltar a escrever. É quase como tentar resolver uma equação do segundo grau após ter deixado para trás, num caderno esquecido à poeira, os longos anos rabiscando, para não esquecer, que delta é igual a B ao quadrado menos, menos o quê, mesmo? Esqueci.   E as ideias, muito mais do que um conjuntinho de boas palavras, na verdade, somem mais do que qualquer outra noção linguística, de modo que foram 16 as noites pensando no que escrever. A escrita, para se exibir a terceiros em sua inteireza e sem imperfeições, cobra algo que nenhum preguiçoso metido a escritor pode lhe ceder, que é uma palavrona chamada periodicidade. É a fal